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ADAG alerta Cavaco para o declínio da agricultura familiar

Dirigentes da Associação Distrital de Agricultores da Guarda foram recebidos na Presidência da República onde entregaram documento reivindicativo para o setor

A Associação Distrital de Agricultores da Guarda (ADAG) pediu mais atenção para a agricultura familiar e para os pequenos agricultores, sobretudo nas regiões do interior, numa audiência na Presidência da República no passado dia 1.

O presidente António Machado e o vice-presidente da direção, Mário Martins, acompanhados de uma técnica da ADAG, foram recebidos pela assessora do Presidente da República para os assuntos da agricultura, a quem entregaram um documento, dirigido a Cavaco Silva, a dar conta destas preocupações, considerando que tem sido feito «um ataque cerrado» à agricultura familiar e aos pequenos agricultores, «não só com as exigências fiscais, como com outras». A ADAG também pediu uma reunião à ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, tendo já reunido com a Comissão da Agricultura e Mar na Assembleia da República. No documento entregue em Belém, a associação sublinha que a situação «nunca foi tão grave» como a atual, «fruto de sucessivas políticas agrícolas erradas».

Segundo a ADAG, a agricultura familiar é uma das áreas «mais fortemente afetada», já que «o Governo segue uma política de apoio incondicional à agricultura de maior dimensão e ao agronegócio». A associação adianta que, entre outras situações, regista-se uma diminuição de 60 por cento na produção de azeitona, de 30 por cento na castanha, uma «grande baixa» da produção e do preço do leite e na produção de vinho. Já na região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela assiste-se a um decréscimo do pastoreio com a «consequente e drástica diminuição do fabrico artesanal de queijo», que também está a ser afetado pelo «crescente abandono da atividade, face às exigências burocráticas e fiscais completamente desajustadas à realidade do setor».

Reclamando a necessidade de aprovação da carta e do estatuto da agricultura familiar propostos pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a ADAG considera ainda «imperativo e urgente a revisão das políticas oficiais agrícolas e de mercados que continuam centradas nos apoios ao grande agronegócio, virados, sobretudo, para a exportação».

Associação diz que tem havido uma política «de apoio incondicional à agricultura de maior dimensão»

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