Álvaro Amaro garante que o município quer continuar a apostar «numa boa programação e numa estrutura que pede meças no contexto regional», mas afirma que «a prioridade» é repensar o seu financiamento
O funcionamento do TMG vai custar pouco mais de 131 mil euros à Câmara da Guarda entre abril e meados de julho. «É muito», considera Álvaro Amaro, que desta estimativa excluiu os custos com pessoal, cerca de 134 mil euros, e os gastos com amortizações (31 mil euros). Tudo somado, o presidente avisa que a autarquia «não pode continuar a suportar despesas deste calibre numa altura em que aprovou um plano de saneamento financeiro».
Os dados foram divulgados por Álvaro Amaro na passada segunda-feira, na apresentação da primeira programação do TMG após o fim da empresa municipal Culturguarda e numa altura em que está em curso a internalização na Câmara dos seus trabalhadores e funções. «Ainda temos custos elevados, mas não é a programação que mais contribui para esses valores», acrescentou o edil, anunciando que, para poupar, o equipamento cultural da cidade vai fechar ao público de 15 de julho a 15 de setembro. Numa conferência de imprensa em que a vertente financeira relegou para segundo plano as atividades dos próximos três meses e meio, Álvaro Amaro reiterou que o município quer continuar a apostar «numa boa programação e numa estrutura que pede meças no contexto regional», mas que «a prioridade» é repensar o seu financiamento.
«O novo modelo de gestão está encontrado, para já é a internalização. Para o futuro estamos a estudar alternativas até porque já se fala que a régie cooperativa – que era apenas uma sugestão nossa – pode vir a ser equiparada a empresa municipal, o que significa que voltaremos a ter o mesmo problema», disse o autarca, adiantando que «talvez tenhamos algo no último trimestre do ano, uma hipótese que nos permita flexibilizar a gestão do TMG». De resto, o presidente da Câmara sublinhou que o futuro deste equipamento, inaugurado a 25 de abril de 2005, também terá de fazer-se com «uma programação cada vez mais envolvente». Álvaro Amaro explicou ainda que, pelos dados disponíveis, o TMG continua a ter «um aumento interessante» de afluência do público. Segundo o edil, o equipamento registou um crescimento de 82 por cento de frequentadores numa comparação entre os meses homólogos de janeiro de 2014 e de 2015. Já em fevereiro o aumento terá sido da ordem dos 57 por cento.
Rita Guerra nas comemorações dos 10 anos
Música, teatro, dança, tertúlias, cinema e artes plásticas fazem o cartaz do TMG para os próximos três meses e meio. A nova programação arranca esta noite (22 horas) no café-concerto com a atuação dos The Unknown, banda de Pinhel formada por Gonçalo Maia (voz e guitarra), Zé Pedro (voz e baixo) e Pedro Matos (bateria). Até ao Verão, os destaques são a cantora Rita Guerra, cujo espetáculo assinala os 10 anos do TMG a 25 de abril, os Diabo na Cruz (16 de maio) e o jazz do duo Peter Brotzmann/Steve Noble (3 de julho). «Será a primeira vez que Rita Guerra atua na Guarda», disse o programador Victor Afonso, que admitiu «não haver orçamento para um programa mais ambicioso das comemorações dos 10 anos».
A agenda do TMG inclui ainda três peças de teatro, um espetáculo de dança, três sessões da iniciativa “Famílias ao Teatro” e oito exibições de documentários e filmes. Nas artes, Ana Vidigal apresenta uma retrospetiva da sua obra na galeria do TMG intitulada “Guarda(-me)” que será inaugurada a 18 de abril, enquanto o café-concerto acolhe mais três exposições de pintura. Para Victor Afonso, esta programação «é equilibrada» e «vai ao encontro de vários públicos e da comunidade, apoiando criadores locais emergentes e com provas dadas».
Luis Martins
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