1- Poupança com base no incumprimento: é ver as dívidas a fornecedores, é olhar os trabalhos que deviam ter sido e nunca foram, é contabilizar as diligências e boas práticas que deviam surgir com rigor e não estão lá, é observar os tempos de espera para as decisões. 2- Poupança com base na demissão: é ver como os reguladores não vigiaram, é perceber que andam ladrões à solta, é discutir a ausência de confisco aos gatunos, é tentar entender a solidariedade com os burlões. É a incoerência das exigências. Tolerância zero ao público e total às IPSS, às Misericórdias. 3- Poupança com falta de rigor: é ver como os relatórios que objetivam são calados, é entender os documentos dos observatórios, também das entidades reguladoras e nenhuma decisão. 4- Poupança por teimosia: Manter pessoas que falharam, incapacidade de demitir ou de substituir protagonistas de maus resultados. Incapacidade de perceber que a mudança de gente abre fronteiras, a substituição pode ser um caminho novo. Teimosia é também a cegueira a que nem todas as empresas do Estado geram defeito ou incumprimento, que muitos privados são piores que os gestores públicos. Teimosia é ainda não avaliar as decisões pretéritas. Teimosia é não aceitar que os privados destruíram a PT, o BES, o BPN. 5- Poupança por excesso de legislação: Criam leis para tudo, não as regulamentam e não as reavaliam comparativamente, não utilizam de modo mais permanente a jurisprudência com vista à diminuição da incoerência. 6- A poupança é pois um cisne negro entre patos brancos. Este é o Governo da cobrança, do excesso de dívida, da ditadura do sistema financeiro, do espremer da iniciativa privada, da tarraxa sobre os lucros gerados em empreendedorismo ou iniciativa particular, do incumprimento do pagamento aos fornecedores e às necessidades de manutenção do Estado. Incapaz de uma visão criativa, estes governantes espremem e tentam retirar sumo da casca da laranja. E é também por tudo isto que este Governo carece de mudança. A dúvida legítima é: por quem? Isso está por provar e eu não voto no regresso de José Sócrates e não voto nos inúmeros grupos, plataformas e partidos que brotam do Bloco. Talvez desta seja forçado à CDU.
Por: Diogo Cabrita