«A Câmara da Guarda não quis apenas valorizar os produtos locais, quis fazer», começou por explicar Álvaro Amaro na reabertura do mercado municipal, no passado sábado. As obras no interior do edifício foram iniciadas em julho de 2014 e resultaram num espaço «recuperado e melhorado».
No total, o investimento corresponde a 650 mil euros, com o apoio de fundos comunitários. Para já ainda estão apenas visíveis os resultados da primeira parte desta intervenção, que teve um custo de 250 mil euros. Os restantes 400 mil fazem parte de uma fase posterior. As obras para os arranjos exteriores do edifício serão postas a concurso brevemente e Álvaro Amaro espera que, até ao final do ano, toda a fachada do mercado esteja alterada, «mais bonita». Tudo para tornar o mercado municipal «mais atrativo». As principais diferenças identificam-se na concentração de todos os comerciantes no mesmo piso, no rés-do-chão, e o objetivo é «aproximar os que produzem e querem vender, dos que querem comprar, uma regra básica da economia», declarou o edil.
O primeiro piso do mercado municipal está agora vago, mas a autarquia deverá apresentar uma alternativa até ao final deste mandado, anunciou Álvaro Amaro. O edifício recebe o mercado municipal desde 1985 e conta com cerca de 60 comerciantes de vários setores (frutas, legumes, carnes, peixes, queijos, enchidos, pão, doçaria, ovos, flores e plantas). Na reabertura, a satisfação era geral. Benvinda Pereira vende produtos hortícolas e não tem dúvidas que o “novo” espaço «está melhor» e acrescenta que «já não é tão frio». Também Vitor Antunes aponta «a maior proximidade e o ambiente mais familiar» como as principais melhorias desta renovação. No sábado muitos guardenses foram ao mercado municipal, uns apenas para ver as alterações, outros para comprar e pelo menos os comerciantes estavam satisfeitos com as vendas. João Mano foi dos que aproveitou para comprar. A este cliente agrada-lhe a nova organização, que compara à dos supermercados por «estar tudo junto no mesmo piso». Além disso, reconhece que esta intervenção era necessária «há muito tempo, o mercado já estava bastante degradado».
Com vista a dinamização do mercado municipal, a autarquia anunciou que doravante haverá atividades de animação todos os sábados. Outra atividade divulgada na manhã de sábado foi a Feira Farta, que está prevista para meados de setembro ou outubro e quer «mostrar a fartura da Guarda». E a propósito de festas, o autarca guardense falou da Feira de São João, no dia 24 de junho, que se vai realizar em toda a cidade com a participação de todos os vendedores. Sem obras à vista vai continuar o mercado de São Miguel. Álvaro Amaro mostra-se «sensível» com a situação, mas garante que a Câmara não tem recursos para intervir. De resto, aplaude a iniciativa do NDS querer recuperar e dinamizar aquela praça da Guarda-gare. Quanto ao espaço da feira quinzenal, a autarquia espera apresentar uma solução que a ligue à cidade «no limite até à Feira Farta». As obras do mercado municipal estão inseridas no projeto de Requalificação Urbana e Paisagística do Arco Comercial da Guarda, que também contempla intervenções no Centro Coordenador de Transportes, em fase de conclusão.
Ana Eugénia Inácio