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Politécnico da Guarda defende criação de Geoparque da Serra da Estrela

“A classificação da serra da Estrela como Geoparque projetará neste território de montanha uma dimensão de notoriedade, valorização e qualificação com expressão internacional, capaz de fomentar o turismo, a valorização do património e o desenvolvimento sustentável”. Esta é a convicção de Gonçalo Fernandes, Vice-Presidente do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), manifestada a propósito da recente realização da Jornada de Reflexão sobre a Serra da Estrela.

Esta iniciativa decorreu, no passado dia 11, no Instituto Politécnico da Guarda, organizada pelo IPG (através do Projeto Carta Turística da Serra da Estrela) em parceria com a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela; uma jornada que incidiu sobre as potencialidades deste contexto espacial, enquanto estratégia de dinamização e desenvolvimento de territórios de baixa densidade.

Gonçalo Fernandes, aludindo ainda à classificação da Serra da Estrela como geoparque, acrescentou que ela “traduz uma estratégia de desenvolvimento sustentado, baseada na conservação do património geológico e geomorfológico, em associação com os restantes elementos do património natural e cultural, com vista à melhoria das condições de vida das populações que habitam, promovendo os valores endógenos de modo integrado”.

Para o Vice-Presidente do IPG, “é inquestionável a importância da constituição de uma estrutura como esta para o território da Serra da Estrela”, pelo que a candidatura à “classificação do Estrela Geoparque por parte da Rede Europeia de Geoparques e da UNESCO traria uma nova visão sobre o turismo deste território e da sua sustentabilidade. Estando os Geoparques sobre os auspícios da UNESCO a candidatura da Serra da Estrela promoverá conservação do património ecocultural, fomentado a educação e o turismo; o desenvolvimento de novos produtos locais e serviços; o encorajamento do artesanato e o crescimento económico local e, assim, a criação de novas oportunidades de emprego”.

De salientar, como foi também referido, que este “é um projeto estratégico para o futuro do território, que ficará como legado para as gerações vindouras, pelo que corresponderá a um investimento na região para os quais os principais atores da região, se deveram articular e avaliar a importância desta estratégia”.

O programa da jornada integrou uma mesa redonda sobre a temática dos Geoparques no desenvolvimento e promoção turística e territorial; do painel de oradores constaram os representantes dos Geoparques Portugueses, do Fórum Português de Geoparques e do Comité Nacional para o Programa Internacional de Geociências (IGCP-UNESCO).

No decorrer desta jornada teve lugar a assinatura dos Protocolos de colaboração com o projeto Carta Turística Serra da Estrela o qual pretende constituir um “instrumento de gestão, promoção e revalorização da Serra da Estrela enquanto destino turístico e dos seus produtos”; neste sentido, importa conhecer os recursos no seu contexto territorial e o modo como os mesmos são turisticamente apropriados, “procurando otimizar as potencialidade e gerir os impactes produzidos entre outras, a formação na área do Turismo, Hotelaria e Restauração, em condições a acordar em cada situação específica”. O projeto pretende desenvolver uma Carta Turística, para a Serra da Estrela, de carácter dinâmico através da aplicação de metodologias de informação geográfica que constituirá, a montante um instrumento de planeamento turístico, e a jusante uma plataforma interativa de acesso à informação por parte dos turistas”; para este trabalho, a Serra da Estrela incluirá, geograficamente, os municípios de Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Fornos de Algodres, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia.

Após a assinatura de protocolos, o programa incluiu a apresentação da proposta do documentário “Olhares sobre a Serra da Estrela” pelo realizador Jorge Pelicano, tendo o evento encerrado com a entrega dos Prémios referentes ao I Concurso de Fotografias “ Um olhar sobre a Serra da Estrela” e com a inauguração da Exposição Fotográfica sobre o mesmo tema.

“Julgo que esta jornada foi muito importantes pelas boas práticas partilhadas dos geoparques nacionais, possibilitando reflexões e estratégias, que poderão reverter para a Serra da Estrela novos olhares, novos desafios e oportunidades”.

O Presidente do Instituto Politécnico da Guarda, Constantino Rei, afirmou na sessão de abertura que o papel do IPG “é promover o debate, sugerir caminhos e apontar pistas. Aos atores e agentes económicos, sociais e políticos competirá aproveitar esta reflexão e explorar os caminhos apontados”

Constantino Rei acrescentou que o Instituto Politécnico da Guarda “estará sempre disponível para colaborar com todas as entidades e organizações na implementação destes ou de outros projetos que sejam importantes para o desenvolvimento social e económico da região e para o bem-estar das populações.”

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