Tal como previsto, mais de cem covilhanenses deslocaram-se até Évora no último domingo para manifestar o seu apoio ao ex-primeiro-ministro, José Sócrates. O que não estava previsto era que à porta do estabelecimento prisional os esperasse um humorista «com algumas provocações».
Os ânimos ainda se exaltaram por parte de alguns apoiantes, mas a intervenção da polícia fez com que tudo voltasse à normalidade. Segundo José António Pinho, impulsionador da iniciativa, em Évora estavam mais 400 pessoas à espera dos autocarros da Covilhã e, «todos juntos, seguimos numa marcha silenciosa em harmonia» desde a rotunda de Ícaro até ao estabelecimento prisional onde Sócrates se encontra detido. A permissão de entrada para três apoiantes acabou por não acontecer, pois a visita que inicialmente estava marcada para a tarde foi alterada para as 9h15. José António Pinho diz ter tido conhecimento ainda na sexta-feira dessa alteração e acredita que se tratou de «uma tentativa de desmobilizar a onda de solidariedade».
Em vez disso, os apoiantes, alguns erguendo cravos vermelhos, cantaram o hino nacional e a “Grândola Vila Morena” à porta do estabelecimento prisional, onde também ecoaram ouvir gritos como “presos políticos nunca mais”. José António Pinho adianta que não vai desistir de apoiar o amigo «enquanto estiver detido sem justificação» e promete manifestar a sua indignação e amizade com mais iniciativa, mostrando que Sócrates «não está sozinho». Para já, o amigo de José Sócrates tentará visitar novamente o ex-líder socialista, mas desta vez em nome individual, juntamente com Carlos Casteleiro, socialista covilhanense, e Edmundo Pedro, os outros dois nomes com visita confirmada, cujo nome ainda não tinha sido revelado.