O novo presidente da EP/Refer, António Ramalho, considera «um erro» a introdução do sistema de pórticos nas autoestradas por ser «contraditório» com a Via Verde e defendeu que é preciso encontrar um novo modelo, «sem pressas», que facilite a exploração comercial.
«Portugal orgulhava-se há 10 anos de ter o melhor o sistema de portagens do mundo, a Via Verde, referido como grande sistema de inovação, e o sistema de portagens que colocou como os pórticos, é contraditório com modelo da Via Verde e destrutivo do ponto de vista do marketing», afirmou António Ramalho na terça-feira. O responsável visitava as obras de eletrificação do ramal ferroviário do Porto de Aveiro quando foi confrontado pelos jornalistas com os custos das portagens nas autoestradas, nomeadamente na A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso. Segundo o presidente da EP/Refer, enquanto com o sistema Via Verde existe o conceito de viagem, em que o utilizador quando entra na A1, ao chegar ao destino sabe quanto pagou, nas autoestradas com pórticos tem um sistema de pagamentos pontuais por cada um dos sítios onde passa.
«Não é bom que continue assim. Isto do ponto de vista de marketing da via é destrutivo porque posso ter uma política comercial de descontos, que não é praticável com os pórticos», comentou António Ramalho, segundo o qual há «uma enorme preocupação em encontrar um novo modelo». Contudo, acrescentou que não é desejável «cometer outra vez o lapso de, por haver muita pressa, escolher-se o modelo errado». Nesse sentido, considerou «mais interessante no futuro» pensar em conceitos comerciais na utilização de portagens, como conceder descontos conforme o número de viagens, do que prolongar o debate se as portagens são ou não um elemento dissuasor para os automobilistas, porque «o conceito de utilizador pagador é um conceito definitivo».
Nesta visita, o presidente da EP/Refer também defendeu que o corredor ferroviário Aveiro/Vilar Formoso de alta velocidade para mercadorias é de «um investimento absolutamente estratégico», estando a ser estudado o melhor traçado. António Ramalho explicou ainda que, do ponto de vista da internacionalização de mercadorias por via ferroviária, a prioridade é a entrada simultânea por Vilar Formoso e Badajoz. «As intervenções que temos de fazer sobre a linha férrea até Espanha ainda estão em estudo e a configuração será como um Pi (símbolo matemático) deitado», disse, referindo que há pormenores ainda a ter em conta como “a concordância da Linha do Norte com a da Beira Alta e o movimento da plataforma intermodal de Cacia”.
Quanto ao traçado da linha de alta velocidade, António Ramalho afirmou que «o conceito será sempre de ligação de Aveiro a Vilar Formoso», havendo na Linha da Beira Alta zonas que serão «cem por cento aproveitáveis» e outras terão que ser alteradas.
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