2014 termina amanhã. Nasce 2015. Ganhámos os novos 365 dias. 52 novas semanas. E isto porque o tempo não para. Conta a lenda chinesa que o ano novo é o começo de uma nova etapa e fica marcado pela derrota da besta gigante chamada Nian, a tal que comia seres vivos. Mas como todas as bestas, também Nian, tinha o seu calcanhar de Aquiles. O predador tinha medo do vermelho e detestava barulho. No dia da sua derrota e do seu fim, celebra-se o início de um novo ano.
Também por cá, a Ocidente, no velho continente e mais propriamente no cantinho-à-beira-mar-plantado o ano novo vai trazer novidades. Desde logo pela coragem, determinação e vontade de sermos capazes de modificar alguma coisa nas nossas vidas. Diz o povo “Quem muda, Deus ajuda”. E este é mesmo o momento ideal para fazermos múltiplas reflexões, de estarmos abertos a propostas, a novas ideias, de saber distinguir, em definitivo, o trigo do joio.
Em tempo útil e oportuno analisámos, neste mesmo espaço e ao pormenor, o OE, que entra em vigor amanhã, para percebermos que se mantem em lei toda a austeridade definida no seu artigo 239 «Mantêm-se em vigor todas as medidas e efeitos previstos em lei ou regulamentação que se encontram dependentes da vigência do PAEF ou do Programa de Estabilidade e Crescimento».
Para não ter que relembrar pecados velhos, entre hesitações e asneiras, também eu fui testemunha da hipócrita mensagem de Natal do pior primeiro-ministro, só comparável ao detestável beirão Costa Cabral, num chorrilho de incertezas à mistura, com confiança, verdades à Monsieur de La Palisse e números que não coincidem com nada nem com ninguém, percebendo-se que continua a dar uma no cravo, sete ou oito na ferradura, tentando «proteger tudo o que juntos conseguimos» para «não deitarmos tudo a perder». Se não fosse uma atitude cínica, seria, de certeza, uma comunicação humorística extremamente hilariante.
É evidente que 2015 é ano eleitoral, mas alguém, no seu perfeito juízo, consegue identificar uma medida positiva, uma que seja, para o bom funcionamento do regime democrático ou na proteção e defesa do bem-amado Zé Povinho por parte de Passos e Cª Ldª?
2015 é um ano de extrema importância. Tem todas as condições para ser o ano da mudança. De terminar com esta medíocre maioria de direita. De definir alguém com perfil e capacidade para substituir aquele que, com as suas atitudes, rancorosas e rançosas, não foi capaz de ser o Presidente de todos os Portugueses e, não nos devemos iludir pelo entretenimento do pequeno ecrã, pelo comentador, que às vezes mais parece a encomenda, ou pelo provedor, agora mais maduro e que está permanentemente disponível. A esquerda poderá apostar nos católicos António Guterres ou Carvalho da Silva, mas continuo a achar que o candidato à cadeira maior do Estado deverá ser um convicto republicano, de esquerda, assumidamente socialista e laico.
Regressemos à nossa santa terrinha para percebermos que novidades nos trará 2015. Prioridade das prioridades: Dar condições ao investimento. Criar riqueza, criar emprego e fixar população, principalmente jovens, para que o nosso interior tenha futuro ao afirmarmos, com orgulho, aqui vale a pena viver. Nesta matéria, tenho a certeza, estamos todos de acordo. E, já agora e por falar nisso, também vale a pena conhecer as mulheres e homens que irão ser protagonistas deste e de outros desafios:
O PS está completamente unido contra uma eventual candidatura de Paulo Campos. O que é positivo. José Albano sabe isso e, em final de mandato, pode muito bem negociar com Costa, em quem não votou, para apoiar alguém que seja de cá e resida cá. Pela primeira vez o PS, com força e determinação pode ter uma lista, com gente nova, naturais e residentes no distrito. A ver vamos. Por seu lado, o PSD é muito mais previsível, deixando antever que já tem praticamente feito (quase) todo o trabalho de casa. Nomes como Barreto Xavier, Carlos Peixoto e Ana Abrunhosa, que conjuntamente com o cargo que ocupa, assegura o principio da tal dita paridade, podendo fixar votos na Meda, Trancoso e Foz Côa, lançando assim a possível candidatura laranja à cidade dos Doutores, isto tudo com o beneplácito de Álvaro Amaro, faltando apenas adicionar o nome de Henrique Monteiro (caso haja coligação) e mais os outros necessários para “encher” o resto da lista, mesmo percebendo que desta vez vão ser dois deputados para cada lado.
Mas, como adivinhar é proibido… Se não há muito eu estaria milionário, resta-me somente desejar-lhe, caríssimo leitor, votos de um ótimo e prospero ano novo. Um grande 2015. Com saúde, paz e amor. Com tudo o que houver de melhor.
Por: Albino Bárbara