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Glasnost

Agora Digo Eu

A jornada de luta do passado sábado, na qual fiz questão de estar presente, obriga-me necessariamente a afirmar que a demissão/destituição deste (des)governo por indecência, má figura, servilismo e mais um milhão de razões, é por demais urgente, percebendo-se que num Estado de Direito, onde a Democracia vigora, a palavra tem de ser dada ao povo.

No discurso do habitante do palácio pink, no dia 25 de abril, a que se soma o ridículo comunicado do Conselho de Estado, é perfeitamente percetível que jamais o atual PR demitirá o (des)governo de Portugal, o que faz com que as próximas eleições autárquicas se transformem no verdadeiro ato político de contestação aos partidos do poder.

Independentemente dos movimentos das hostes partidárias, do jogo dos candidatos, do apelo ao voto, das conveniências ou desconveniências locais, onde se misturam carreiristas, interesseiros, páraquedistas e outros que transportam em discursos inflamados promessas esquisitas, numa afirmação de exageradas auto-estimas que raiam processos de índole narcisista, o facto é que temos a oportunidade soberana de correr com o PSD/CDS, com Passos e C.ª do Governo de Portugal. E não serão precisas grandes manifestações, greves ou outras formas de luta. Basta votar. O voto é mesmo a Grande Arma do Povo. É evidente que os candidatos dos partidos do poder virão dizer-nos que todo o processo tem a ver com as lógicas locais, com o governo dos concelhos e que os partidos que apoiam o (des)governo até se têm portado mal. (Que gracinha… onde é que eu já ouvi isto). Os lobos, com pele de cordeiro, farão a caricata e mordaz crítica ao regime na qual irão procurar distanciar-se, denegrir e desacreditar os Estalinistas nesse culto à personalidade e que ficou conhecido na História por relatório Khrushchov.

Neste processo pré eleitoral salta-nos também à vista o comportamento de certos apparatchiks, que há muito meteram o socialismo na gaveta, abandonaram a inspiração marxista, transformaram-se em católicos praticantes, e nem a abertura política a leste (até tenho medo de escrever Peres troika) lhes modificou a mentalidade, seguindo apenas e tão só o dogmático ensinamento de Jorge (também ele) Coelho “Quem se mete com o PS leva”.

Pois é. A procissão, ainda, vai no adro. Os andores (ao que parece) ainda estão na Igreja, e, nós, humildes espetadores, atentos, despertos e interessados, mas também calmos e serenos, esperamos pelos novos episódios desta politiconevela que só agora começou e que até finais de setembro vai ter muito para ver, ouvir contar.

Por: Albino Bárbara

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