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Gordon

Mitocôndrias e Quasares

A notícia que marcou a início da semana informativa na impressa portuguesa foi a passagem pelo arquipélago dos Açores do furacão Gordon. Trata-se de um fenómeno que apesar da sua espetacularidade em termos científicos, acarreta consigo grande destruição, o que não foi o caso deste (felizmente), onde apenas se verificaram danos materiais.

Olhemos então para o Gordon através do prisma da ciência com o objetivo de perceber um pouco melhor como este fenómeno da Natureza ocorre.

Um furacão é um fenómeno meteorológico caraterizado por uma enorme quantidade de nuvens que rodam sobre elas próprias. Os ingredientes necessários para que um furacão se forme incluem uma perturbação do tempo, oceanos tropicais mornos, humidade e ventos relativamente fortes a elevadas altitudes. Se estas condições permaneceram por um período de tempo grande, estamos perante a possibilidade da existência de ventos violentos, ondas de grandes dimensões e chuvas torrenciais, característicos destes fenómenos.

Os furacões são classificados em três grupos principais: depressões tropicais, tempestades tropicais e um terceiro grupo, cujo nome depende da região onde se forma. São categorizados de 1 a 5, de acordo com a força dos ventos. A velocidade dos ventos é menor na categoria 1 e vai aumentado à medida que subimos na escala. Contudo, esta categorização nem sempre é proporcional aos estragos produzidos, uma vez que furacões de intensidade mais baixa podem provocar uma destruição maior do que furacões de maior intensidade.

Um furacão semelhante ao Gordon apresenta, na sua estrutura, vários componentes, dos quais se destacam a depressão, fluxo externo, o olho, e o olho d’água. A depressão é a região de baixa pressão perto da superfície da Terra sobre a qual os furacões giram. O olho é uma área de ar no centro da circulação que, normalmente, está tranquila e livre de nuvens na superfície terrestre. Esta região apresenta uma forma circular, com um diâmetro que varia num intervalo entre 8 a 20 km. A faixa que circunda o olho é a zona onde as condições são mais severas, sendo denominada por olho d’água.

Este fenómeno meteorológico apesar de bastante investigado, ainda não é completamente compreendido na sua fase de formação, contudo, já foram identificados fatores indispensáveis para o seu aparecimento. Sendo assim, é necessário que a temperatura da água do mar, até uma profundidade de 50m, seja superior a 26,5ºC e que a temperatura da atmosfera diminua com a altitude.

Por outro lado, é fundamental que a distância mínima entre o local da formação do furacão e a linha do equador seja de 10º e que a troposfera apresente um certo grau de humidade.

Etimologicamente, o vocábulo Furacão tem origem no nome do deus Huracan. Segundo a mitologia Maia, o deus Huracan tinha a tarefa de destruir e reconstruir a natureza. Talvez esta tenha sido uma das vezes onde este deus tenha decidido não dificultar a vida a um país, que por si só, já se auto-destrói…

Por: António Costa

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