Onze capeias, cinco garraiadas, duas corridas à portuguesa e o festival “Ó Forcão Rapazes” são as propostas do ciclo taurino que anima a zona raiana do concelho do Sabugal durante este mês. Manda a tradição que a festa da capeia raiana comece na Lageosa da Raia e assim será na segunda-feira.
Este é o único lugar do mundo onde o touro é lidado com um forcão, numa tradição – a única de cariz tauromáquico – já registada no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (PCI), após um pedido de inventariação elaborado pela Câmara do Sabugal. É também a primeira manifestação cultural imaterial portuguesa inscrita naquele registo. A capeia “arraiana”, como se diz no município sabugalense, faz-se de encerros de touros pelas ruas durante a manhã e lides com forcão nas praças das aldeias. Há nove localidades onde essa tradição tem mais pergaminhos e fazem, por assim dizer, da história da capeia. Serão a “primeira divisão” desta prática comunitária, a saber Lageosa (dia 6), Soito (dia 7), Aldeia do Bispo (dia 13), Aldeia da Ponte (dia 15), Ozendo (dia 15), Alfaiates (dia 17), Forcalhos (dia 20), Fóios (dia 21) e Aldeia Velha (dia 25), a última deste “campeonato”.
Pelo meio há capeias na Rebolosa (dia 8), Nave (dia 14) e o incontornável “campeonato do mundo do forcão”. No dia 18, a maioria destas aldeias vai medir forças com a tradição na praça de toiros do Soito. Recorde-se que o Sabugal é um dos sete municípios portugueses que já declararam a tauromaquia como Património Cultural e Imaterial de Interesse Municipal. A capeia faz parte do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (PCI) por se tratar de uma «prática cultural, histórica e territorialmente inscrita» nas comunidades de onze freguesias daquele município. Além disso, a classificação resulta também por esta prática não ter «intencionalidade de infligir ferimentos ao animal» pelos seus praticantes.