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4G? o que se segue?

Mitocôndrias e Quasares

Cada ano que passa o progresso da tecnologia dos telefones móveis tem sido espantoso. Fazendo um exercício de memória, é possível verificar que passámos de enormes e pesados dispositivos para smartphones finos, em apenas duas décadas.

Com o avanço do hardware veio um enorme salto no software, e hoje em dia, os smartphones são capazes de fazer quase tudo aquilo que faz um computador em casa. A introdução da tecnologia de terceira geração – 3G – foi fulcral para a tecnologia móvel permitir acesso à Internet a partir de qualquer local.

Mas voltemos um pouco atrás e contemos a história desde o início. Nos anos 80, a primeira geração (1G) permitiu, pela primeira vez, a comunicação entre telefones móveis, com início em 1979. O 1G utilizava um serviço móvel analógico designado por Analog Mobile Phone Service (AMPS) e, como os dados eram transmitidos em compressão, os modelos eram bastante volumosos. Foram os primeiros a oferecer um sinal contínuo que permitia a transmissão de áudio entre dispositivos móveis.

A segunda geração (2G) de telemóveis, introduzida em 1991, era mais parecida com aquilo que temos hoje. O 2G trouxe consigo telemóveis digitais trocando a transmissão analógica de dados, pela transmissão digital. Como tal, nesta 2G o serviço digital transmitia a informação sob a forma de impulsos elétricos, permitindo aos telemóveis serem mais pequenos e finos e dando origem às mensagens escritas.

Em 2001, assistimos à chegada do 3G, que melhorou bastante o método de transmissão de dados pelo espetro de rádio. As melhorias foram tão significativas, que cada telemóvel pôde, pela primeira vez, navegar na Internet.

Com a chegada do 4G, na realidade 3,5G, alcançou-se outro patamar na comunicação, passando todos os serviços de transmissão de dados a funcionar pela Internet.

A maioria dos telemóveis tem três ou quatro formas de receber informação. A 1G é detetada nos nossos telemóveis através das famosas barras de rede que mostram a quantidade de rede que o telemóvel está a receber através do Global System for Mobile Communications (GSM), o sistema de comunicação mais utilizado na Europa. A 1G não permitia o envio de SMS, que há umas épocas natalícias atrás, invadiram os nossos aparelhos. Esta ferramenta apenas esteve disponível para os consumidores com a 2G, mas, como sempre acontece nestas situações, era necessário fornecer mais e melhores serviços. Como já deve ter calculado, esse serviço foi a Internet móvel e surgiu com o aparecimento da 3G ou EDGE, esta última apresentada por um “E” no telemóvel. Todos os serviços de telemóvel operam numa frequência específica, de modo a não interferir com outras formas de comunicação. Cada operadora móvel recebe uma frequência na qual pode disponibilizar o seu serviço. Em Portugal, as empresas de comunicação móvel operam, para o 2G, entre os 900/1800 MHz e para o 3G nos 210 MHz.

Na transmissão de informação, o 4G vai utilizar uma nova tecnologia de rádio, que pode ser o WiMax (Worldwide Interoperability for Microwave Acess) ou o LTE (Long Term Evolution). Estes serviços operam de forma muito semelhante, substituindo a Internet por uma Internet sem fios abrangente que irá permitir o aumento significativo da cobertura e velocidade nos telemóveis.

As velocidades de acesso permitidas pelo 4G (que podem rondar os 100 megabits por segundo) permitem revolucionar algumas das funcionalidades que até agora pareceriam de difícil acesso em redes móveis, como as teleconferências, a visualização de vídeos em streaming, aplicações de telemedicina ou ensino à distância. Contudo, estas funcionalidades não são o limite, mas versões iniciais que vão sendo revistas à medida que o número de gerações aumenta.

Por: António Costa

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