Este ano já arderam no distrito da Guarda 3.228 hectares, mais 28 por cento da área ardida registada entre janeiro e 15 de julho do ano passado. De acordo com os últimos dados da Autoridade Florestal Nacional (ANF), neste período houve 236 incêndios florestais (área superior a um hectare) e 144 fogachos, tendo ardido sobretudo zonas de matos (2.411 hectares).
No ano passado arderam mais de mil hectares de mato e floresta em 122 ocorrências, sobretudo fogachos (área ardida inferior a um hectare), que consumiram principalmente matos (738 hectares). Em 2012, a Guarda é o quinto distrito mais afetado pelos incêndios atrás de Braga (7.852 hectares), Bragança (6.114), Vila Real (5.177) e Viseu (4.136), enquanto Castelo Branco regista apenas 943 hectares. Curiosamente, os grandes incêndios registados até agora na zona da Guarda ocorreram todos em fevereiro, com destaque para o fogo de Sameiro (Manteigas), que consumiu 310 hectares a 23 de fevereiro. O incêndio de Seixo do Côa (Sabugal), com 134 hectares ardidos a 22 desse mês, foi o segundo mais grave, à frente de uma ocorrência no Carvalhal (Mêda), com 105 hectares, a 26 de fevereiro. A ANF atribui esta situação, «em parte, ao facto de Portugal ter estado em situação de seca (severa e extrema) em quase todo o território continental e em grande parte do período entre janeiro e abril».
No total, entre 1 de janeiro e 15 de julho, arderam 36.946 hectares em todo o país, sobretudo fogachos (9.086 casos) que consumiram predominantemente matos (21.879 hectares). O relatório da ANF revela que o maior número de ocorrências verificou-se no distrito do Porto (2.329) – na Guarda houve 380. Já os distritos de Bragança e Guarda são os únicos onde se registaram mais incêndios florestais do que fogachos, com uma ordem de grandeza próxima dos 54 e 62 por cento, respetivamente, em relação ao total de ocorrências do distrito.
