O Ministério da Saúde vai estudar a possibilidade de reabrir o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) durante a noite no Centro de Saúde de Aguiar da Beira. Esta é uma das «medidas de compensação» apresentadas a Fernando Andrade, autarca local, pela saída do helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
O edil aguiarense reuniu na semana passada com o secretário de Estado da Saúde e ficou a saber que a transferência da aeronave era «definitiva e irreversível», declarou Fernando Andrade. «A tutela justificou a decisão com a implantação de uma rede de meios aéreos de emergência médica mais eficaz e que garante uma melhor cobertura de todo o país», disse. Por isso, o héli de Aguiar da Beira já regressou a Santa Comba Dão, de onde tinha sido deslocalizado em março do ano passado. Em contrapartida, o governante anunciou a «abertura imediata» de um posto de emergência médica no quartel dos bombeiros da vila, com uma ambulância do INEM, e ter-se-á mostrado disponível para estudar a reabertura do SAP durante a noite, duas medidas que satisfazem Fernando Andrade. «O importante é que a população não fique desprotegida em termos de emergência e parece-me que estas duas alternativas poderão salvaguardar isso», declarou.
Por outro lado, «o ministério também manifestou disponibilidade para compensar e minimizar de alguma forma o município de Aguiar da Beira pelo investimento realizado na helipista local para acolher a base do INEM, que servia concelhos dos distritos da Guarda, Viseu e Vila Real», acrescentou o autarca, que espera agora que estas promessas se concretizem. Segundo o INEM, de julho a final de setembro, estarão operacionais quatro helicópteros de emergência médica em Vila Real, Santa Comba Dão, Loures e Beja ou Loulé, estando estes dois locais ainda por definir. Nos restantes nove meses do ano, o INEM terá um helicóptero Kamov em Santa Comba Dão e outro em Loulé, além de helicópteros ligeiros estacionados em Vila Real, Loures e Beja. Haverá mais uma aeronave, sem equipa médica, em Ponte de Sor (Portalegre) que poderá ir ao local do acidente e, se necessário, transportar a vítima para o hospital de destino, com a equipa terrestre do INEM. Com esta solução, o Instituto refere que vai poupar dois milhões de euros e melhorar «de forma muito significativa» a cobertura de todo o território continental. «Não haverá regiões do território continental que deixarão de estar servidas pelos meios aéreos de emergência médica pré-hospitalar», considerou o INEM no final de junho.
Luis Martins