Arquivo

Guarda na cauda das melhores capitais de distrito para se viver

Ambiente é o fator mais elogiado e a facilidade de encontrar emprego o mais negativo no estudo elaborado pela revista Proteste, da DECO

A Guarda está longe de figurar no topo da lista de capitais de distrito de Portugal que melhor qualidade de vida oferece aos seus residentes, de acordo com um estudo feito pela revista Proteste, da DECO – Associação de Defesa do Consumidor. Bem melhor posicionadas surgem Viseu, que é mesmo apontada como a melhor cidade do país para se residir, e Castelo Branco, que aparece como a segunda melhor capital de distrito e a quarta do país, atrás do Funchal e Angra do Heroísmo. Na Guarda, os fatores que receberam melhor e pior pontuação foram, respetivamente, o ambiente e a facilidade de encontrar emprego.

Na edição de julho da Proteste serão publicados os resultados do estudo à qualidade de vida nas cidades, que foi feito com base num questionário enviado entre entre setembro e novembro de 2011 a uma amostra representativa da população de cada capital de distrito de Portugal continental, tendo sido ainda incluídas as cidades do Funchal, Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, das regiões autónomas da Madeira e dos Açores. No total, foram obtidas 3.055 respostas para avaliar 21 cidades, tendo os resultados sido ponderados em função da idade e do sexo. A mesma investigação foi feita pelas associações de consumidores de Espanha, Itália, Bélgica e Brasil. Neste sentido, Bruges, na Bélgica, é a melhor cidade para viver, enquanto Salvador, no Brasil, é a pior, um lugar que em Portugal é ocupado por Setúbal. Num índice de qualidade de vida de 0 a 100, a Guarda atingiu os 52 pontos, bem aquém dos 64 de Viseu e dos 60 de Castelo Branco. Já a nível internacional, a Guarda ocupa o 66º lugar entre 124 cidades analisadas. A qualidade do ar (com uma avaliação de 85), a facilidade em encontrar um dentista (83), os restaurantes (82), supermercados (78), casa ou apartamento e acesso à cidade, ambos com 77, foram os fatores mais elogiados pelos guardenses. Já os menos apreciados foram a facilidade em encontrar emprego (20), ciclovias (27), facilidade em encontrar um hospital privado (28), eliminação de barreiras arquitetónicas (37), consumo de drogas (43) e estacionamento (44).

A maioria dos inquiridos está empregada e trabalha na mesma cidade onde vive, mas quase todos salientam a dificuldade em encontrar emprego e, neste âmbito, a Guarda está no fundo da classificação, a par de Portalegre, Setúbal, Beja e Bragança. A frequência dos transportes também não agrada na Guarda. Em oposição, os guardenses são os mais satisfeitos com os centros de saúde e também no ponto sobre as ligações com outras localidades, a capital de distrito destaca-se pela positiva. De resto, a Guarda não figura entre as três melhores cidades do país em nenhum dos 11 fatores avaliados: emprego; segurança e criminalidade; saúde; mobilidade e transportes; habitação; planeamento e gestão municipal; educação; ambiente; cultura, lazer e desporto; comércio e serviços e, por último, paisagem urbana. Apontado por 19 por cento dos inquiridos, o emprego e o mercado de trabalho é o critério apontado com maior impacto na qualidade de vida nas grandes cidades. Com mais de 10 por cento de respostas, seguem-se a segurança e criminalidade, a saúde, a mobilidade e transportes e a habitação. Contudo, o emprego, ou a falta deste, também é o fator mais negativo em 13 das 21 cidades analisadas.

Ricardo Cordeiro A qualidade do ar foi o fator que recebeu melhor nota por parte dos guardenses inquiridos

Guarda na cauda das melhores capitais de
        distrito para se viver

Sobre o autor

Leave a Reply