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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – DISCIPLINAS UMA A UMA

Responde Irene Amado, Delegada de Espanhol:

O Espanhol é difícil de avaliar ou é como outra língua estrangeira qualquer?

O Espanhol Língua Estrangeira (ELE) avalia-se como qualquer outra língua: são observados os mesmos parâmetros (oralidade e escrita, cumprimento das regras lexicais e gramaticais, vocabulário rico e adequado à situação de comunicação,…), exigindo-se o mesmo grau de rigor.

É mais difícil avaliar o oral ou o escrito? Porquê?

Acredito que é mais difícil avaliar a oralidade: a escrita avalia-se através dos testes escritos, de trabalhos/textos produzidos na aula ou em casa, e entregues ao professor; a oralidade avalia-se através da participação do aluno na aula, com pequenos “juegos de rol” (teatrinhos que simulam uma situação verídica de comunicação) muito apreciados pelos alunos. No ensino secundário, estão também previstos por lei os chamados “momentos formais de avaliação”, à razão de um por período; porém, o elevado número de alunos por turma dificulta a sua realização (15/20 minutos por aluno/período letivo), tornando-a quase impraticável; daí recorrermos aos mesmos elementos do ensino básico.

Que percentagem é dada à oralidade no 3º Ciclo e no Secundário?

No 3º ciclo, a oralidade tem um peso de 15%, 20% e 25%, respetivamente para os 7º, 8º e 9º anos de escolaridade, conforme aprovado pelo Conselho Pedagógico. Já no ensino secundário, atinge um peso legal fixo de 30%, comum a todos os anos de escolaridade.

E a capacidade de ler e compreender é mais ou menos valorizada que a expressão escrita?

Sendo o objetivo primordial do processo de ensino/aprendizagem de qualquer língua estrangeira a habilidade de comunicar com falantes autóctones, a capacidade de ler e compreender deve ser tão valorizada como a expressão escrita. Porém, relembro que a escrita é de avaliação mais objetiva e que os próprios exames nacionais de ELE não incluem prova oral.

Sendo as ocasiões de ler e ouvir língua estrangeira mais frequentes que as de falar e escrever, as competências “passivas” deviam ser mais valorizadas?

No processo de ensino/aprendizagem do ELE essas competências são efetivamente valorizadas: a própria proximidade geográfica com Espanha permite que os nossos alunos adquiram mais competências passivas do que muitos outros … e as ponham em prática nas aulas.

No ensino escolar das línguas estrangeiras continua a dar-se muita importância à gramática e pouca à comunicação ou isso mudou?

Acredito que isso mudou nos últimos anos: embora a gramática seja fundamental, (o cumprimento das suas normas permite falar mais corretamente), penso que, mais do que como um conjunto de regras “entediantes” e um objetivo em si, a gramática deve ser vista como um meio para atingir um fim: o de ajudar a desenvolver o mais possível a capacidade de comunicação em contexto real.

O Espanhol venceu o Francês: é mais fácil ou os alunos veem-no como mais útil?

Para muitos alunos, é mais fácil do que o francês; para outros, é mais útil. Acredito mais nesta segunda hipótese: de facto, há cada vez mais alunos portugueses a prosseguir os seus estudos em universidades espanholas e, nesse caso, aprender o ELE pode trazer grandes benefícios.

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