Os seres humanos dependem muito mais do tempo do que aparentemente se possa pensar. O calor, o frio, as geadas, a chuva,as inundações não só influenciam a vida dos indivíduos como diversos sectores da indústria ou do turismo, como se verificou na primeira semana deste mês. Para nos podermos adaptar adequadamente às circunstâncias do tempo, temos de nos interessar pelas previsões metereológicas a longo prazo. Uma previsão de um ou dois dias pode ser importante, mas se se alargasse a semanas ou meses, seria então uma ajuda valiosa.
Para o leigo, as previsões do tempo parecem ser, primordialmente, a missão da meteorologia; infelizmente, por metereologia ainda se entende, demasiadas vezes, apenas o estudo do tempo. O meteorólogo, pelo contrário, que tem de ocupar-se de todos os processos físicos e químicos atmosféricos no seu conjunto, só vê na observação e previsão do tempo uma das muitas facetas da sua especialidade. A sua linguagem é a meteorologia sinóptica, ou sinopses. Sinopsis significa, em grego, uma visão conjunta e, de facto com a visão conjunta temporal e espacial, a meterelogia sinóptica ocupa-se não de um, mas de toda um série de parâmetros: pressão atmosférica, temperatura, conteúdo em vapor de água, velocidade e sentido do vento, visibilidade, precipitações, grau e tipo de nublosidade, e no mar, também a temperatura da água e da ondulação. A isso junta-se o vento, a pressão e a humidade nas camadas mais altas da atmosfera.
Observação
A primeira tarefa da meterologia sinóptica é, por conseguinte, a observação de todos os elementos do tempo: observação simultânea em diversas estações da Terra, como métodos normalizados e instrumentos calibrados, que dizer, comparáveis. Hoje em dia, isto leva-se a efeito através dos serviços de meteorológicos nacionais, agrupados na escola internacional na Organização Meteorológica Mundial, um dos organismos técnicos da ONU com sede em Genebra. Em todos os continentes existem centros meteorológicos; a rede de observação do solo tem estações distanciadas 200 a 300 km, enquanto outras estações que também realizam observações a grande altura, foram instaladas a distâncias entre 400 a 600 km. Esta rede continua a estender-se, sobretudo em latitudes tropicais.
Os centros metereológicos utilizam, ainda hoje, os instrumentos clássicos, a fim de não quebrar a homogeneidade das series das medições anteriores. Entre esses instrumentos contam-se o barómetro de mercúrio, para a medição da pressão atmosférica; termómetros de diversos líquidos que servem para registar as temperaturas; o psicrómetro para determinar a temperatura e o teor em vapor de água. Contam-se também o anemómetro de depósito e o cata-vento para medir a velocidade e o sentido do vento. Faz-se a leitura dos aparelhos a intervalos fixos, além de se realizarem observações visuais, como por exemplo, a forma e quantidades de nuvens, visibilidade e desenrolar de tempo. Para além disso, também se utilizam aparelhos registadores, baseados em métodos eléctricos e electrónicos, com o fim de reconstruir mais tarde a evolução do tempo a cada momento.
As medições necessárias a altitudes elevadas obtêm-se com radiofundas, que são pequenos emissores de rádio, construídos da forma mais económica e simples possível e alimentados por baterias, cujo sinal se modula por meio de detectores da pressão atmosférica, temperatura e teor em vapor de água.
Os métdos de medição clássica complementam-se, actualmente, com outros métodos que satisfazem as tarefas cada vez mais exigentes dos serviços meteorológicos (radioactividade e substâncias nocivas).
Na próxima edição vamos centrar a análise nos satélites meteorológicos, análise do tempo e prognóstico do tempo.
Por: António Costa