A habitual pacatez de Vila Mendo, uma pequena aldeia do concelho da Guarda, foi interrompida este fim-de-semana. O sétimo encontro motard de Vila Mendo trouxe à localidade dois dias diferentes.
«Uma dinâmica fora do normal em relação aos outros dias do ano», garante um elemento da organização. Telmo Conde explica que «as pessoas da aldeia costumam aderir e toda a gente se empenha nesta altura do ano para fazer isto. O ruído das motas e o volume de cerveja que circula acaba por ser fora do normal e as pessoas encaram isto com naturalidade e bastante dedicação», conta. De resto, para além das habituais bandas de música, a iniciativa contou com provas de produtos regionais e o jantar de sábado foi confecionado e oferecido no forno da aldeia pelos habitantes locais a todos os amantes das duas rodas que compareceram. Numa aldeia com pouco mais de 50 pessoas, o encontro motard é bem-vindo e é encarado como se já fosse uma tradição. «Acho isto muito bem, porque se junta aqui muita gente, cada pessoa traz a sua mota e é bom», confidencia Prudência da Fonseca. A mesma opinião tem António Fonseca que conta que os motards «se juntam todos e depois cada um faz a sua “farrisca” e isto ajuda muito a aldeia», assegura.
Mas neste tipo de encontros – e Vila Mendo parece não ser exceção – o estilo é mesmo um dos ingredientes essenciais. Paulo Oliveira, conhecido no mundo das motas por “Bruxa”, esclarece que ser motard é sinónimo de «civismo, apresentação, estilo, forma de vestir, saber estar e não provocar desacatos». Ao lado de “Bruxa” e “trajado” a rigor, de botas, calças de ganga e colete de cabedal está José Carlos Ferreira. Natural de Pinhel e participante desde a primeira edição do evento, confessa que «este convívio já esteve melhor, mas quem tem o espírito vai mantê-lo. Nós vimos com o nosso espírito, embora haja gente que ande aí só para acelerar, mas cada um tem o seu», diz. As habituais acrobacias encerraram o dia de sábado na aldeia de Vila Mendo.