Um fornecedor estratégico do grupo Coficab quer instalar-se na Guarda, mas foi obrigado a adiar o projeto por falta de disponibilidade da banca para financiar o investimento.
Segundo João Cardoso, diretor de operações da Coficab, sediada em Vale de Estrela, o processo teve início há cerca de um ano, mas tem sofrido vários contratempos. «Após as usuais dificuldades burocráticas que aguardam qualquer investidor no nosso país alegadamente “Simplex”, surgiu outra com o financiamento bancário, pelo que o projeto, que deveria estar operacional em Março deste ano, está adiado», confirma o responsável. A solução está agora nos gabinetes «do único banco com liquidez para financiar o investimento» – cujo nome não foi revelado –, mas cuja decisão deverá ser conhecida em breve: «Esperemos que seja positiva, caso contrário é mais uma oportunidade de criação de emprego e de “know-how” na Guarda que se vai perder», avisa.
João Cardoso adianta que o projeto em causa é de base tecnológica, pelo que não necessitará de muita mão-de-obra. «Numa primeira fase criará cerca 30 postos de trabalho e terá uma faturação anual de 10 milhões de euros. Posteriormente, poderá chegar aos 15 milhões de faturação e empregar 45 trabalhadores», revelou. A Coficab está na Guarda desde 1993, sendo mesmo considerada “‘a jóia da coroa’” pelos proprietários do grupo. É aqui que se realizam todos os trabalhos de I&D [investigação e desenvolvimento] da multinacional e onde se produzem os produtos mais complexos e são testadas as novas tecnologias e metodologias de produção. «A prova disso mesmo é o constante investimento em pessoas e meios que se tem feito em Portugal, com todo o apoio dos acionistas», recorda João Cardoso, sublinhando que está em curso um investimento de seis milhões de euros para desenvolvimento de produtos para a nova geração de automóveis.
Luis Martins