Animado pelas sondagens nacionais, o CDS acredita que vai ser possível eleger um deputado pela Guarda. «O distrito costuma ter resultados superiores à média nacional do partido, pelo que se essa tendência se mantiver e se os dados das sondagens não estiverem errados, temos fortes possibilidades para voltar a ter um deputado pela Guarda», afirmou João Rebelo, secretário-geral do partido e coordenador da campanha, na passada sexta-feira, na apresentação da lista.
A sessão decorreu junto à decrépita estação de comboios do Barracão, considerada pelos centristas como «um exemplo bem elucidativo do abandono e esquecimento» a que o distrito tem sido votado pelos últimos governos. «Curiosamente, são os mesmos responsáveis políticos que defendem a construção do TGV, de sustentabilidade económica muito duvidosa», declarou Henrique Monteiro. Emília Bento, a cabeça-de-lista, fez suas as palavras do dirigente e prometeu ser «a voz do inconformismo». Anunciou também que vai exigir medidas de discriminação positiva em termos de IRS, IRC e IMI, além da criação de portagens sociais. «O Estado deve baixar um bocadinho esses impostos na nossa região, porque as obras e o desenvolvimento não chegam na mesma medida que acontecem no litoral. Aliás, as regiões mais desenvolvidas devem ser mais solidárias com o interior do país», declarou.
Por sua vez, João Rebelo, cuja família é originária de Prados (Celorico da Beira), reiterou que os governos PS e PSD «não se têm preocupado com o distrito da Guarda», pelo que os eleitores devem «castigar» os socialistas e «penalizar» os sociais-democratas. «Libertem-se dessa tradição de votar sempre no PS e no PSD», apelou o dirigente, sublinhando que os partidos «não são donos dos votos e do eleitorado». Quanto às propostas de Emília Bento, garantiu que são concretizáveis, pois «o acordo com a “troika” deixou margem para atuar, nomeadamente em questões de desequilíbrios regionais, como é o caso». O coordenador nacional da campanha do CDS anunciou ainda que o partido vai dar especial atenção ao distrito, ao qual Paulo Portas vai dedicar o dia 30 de maio, estando também prevista a vinda do eurodeputado Nuno Melo.
Andrade Pereira, histórico dirigente centrista e o último deputado eleito pelo CDS no distrito em 1985, também esteve presente na conferência de imprensa, tendo manifestado «total confiança» na eleição de Emília Bento: «Em 2009 só não elegemos um deputado pela Guarda por dois por cento de votos», recordou. Além de Emília Bento, fazem parte da lista, por esta ordem, Fonseca de Carvalho (presidente da distrital), Pedro Falcão Lucas, Dulcínia Lopes, João Amaral, Beatriz Pinto, Joana Abreu e Carminda Monteiro.
Luis Martins