P – Depois de ter estado afastado duas épocas da competição, este título de campeão nacional de esqui alpino tem um sabor especial?
R – Tem um sabor muito especial porque estive quase dois anos sem competir por causa da antiga Federação e desmotivei-me um pouco. Agora que decidi voltar, conseguir logo ser campeão tem um significado muito importante para mim.
P – Estava à espera de conseguir o título? Foi uma vitória difícil?
R – Sinceramente estava. Quando parti para a prova, o meu objetivo era vencer. Não foi muito difícil, foi mais uma questão de treino e trabalho. Com trabalho e vontade normalmente conseguimos atingir os objetivos.
P – Acha que este título poderá ajudá-lo a garantir algum patrocinador?
R – Espero que sim, porque o esqui é um desporto muito caro e nunca tivemos grandes apoios, à exceção de alguns amigos. Gostava muito que com este título pudesse aparecer algum patrocinador interessado em me apoiar. Isso era muito bom.
P – Começou a praticar esqui alpino com que idade? Como surgiu esse gosto pela modalidade?
R – Comecei a praticar por volta dos seis anos. Tive sempre o mesmo treinador desde que comecei a fazer esqui. Éramos um grupo enorme que ia fazer esqui para a Serra da Estrela, ao início mais por brincadeira, mas depois comecei a gostar mesmo deste desporto que é diferente de todos os outros porque, pelo menos em Portugal, não se pratica muito já que não há muitos locais que o permitam. Comecei a sentir paixão pelo esqui e cada vez foi aumentando mais. Começámos a treinar mais a sério, comecei a entrar em competições por volta dos 13/14 anos e vi que tinha jeito.
P – Vai fazer provas internacionais na Serra Nevada. É a oportunidade de estar em contacto com praticantes de outros países?
R – Na Serra Nevada só vão estar espanhóis, que são bons esquiadores. Treinam lá praticamente todo o inverno e com boas condições de treino. Vou lá estar uma semana e participar em cinco provas, que são importantes porque podem dar-me mais pontos.
P – Há boas condições para a prática do esqui alpino na Serra da Estrela?
R – Comparado com os outros países, as condições são boas, mas para treinarmos a sério devíamos poder fazê-lo durante todo o ano. Aqui só treinamos aos fins-de-semana e é quando há condições para isso. Acho que devia haver um estágio, por exemplo, em que fossemos para a Serra e pudéssemos treinar com portas, já que fazer um treino livre é muito diferente do que com portas. É isso que nós precisamos, porque quando vamos fazer provas precisamos de fazer o trajeto que está marcado e a treinar livre faço o trajeto que quero.
P – Qual a máxima competição a que sonha chegar?
R – Tenho a ambição de um dia chegar aos Jogos Olímpicos. Quero trabalhar e tentar arranjar algum patrocínio que me possa ajudar nestes três anos que faltam até 2014 para ver se consigo ir aos Jogos Olímpicos. Também ambiciono chegar a um Campeonato do Mundo e competir ao mais alto nível. Ambiciono ainda conseguir construir uma carreira profissional, mas é preciso ver se surgem alguns patrocínios que me possam ajudar a consegui-lo.
