Uma exposição, um colóquio, uma peça de teatro, encontros temáticos e um recital de poesia constituem o ciclo que a Câmara da Guarda, a Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço e o TMG dedicam ao escritor Manuel Poppe durante a próxima semana.
A homenagem começa na segunda-feira com uma oficina pedagógica para os alunos das escolas do 1º e 2º ciclos do ensino básico em torno de “A Menina do Circo”. Esta iniciativa prolonga-se até dia 25 na sala de ensaios do TMG. Na noite seguinte tem lugar uma sessão de conversa informal com o autor no café-concerto, onde também será apresentado o livro “A acácia vermelha”, numa edição do Teatro Municipal através da coleção Cadernos TMG. A peça homónima tem estreia marcada para quarta-feira no pequeno auditório e resulta de uma coprodução entre o Projéc~ e o Teatro Art’Imagem, com encenação de Valdemar Santos e interpretação de Flávio Hamilton, Inah Santos, Miguel Rosas, Odete Môsso, Pedro Carvalho e Pedro Damião. Trata-se de uma adaptação do conto com o mesmo nome, publicado em “Um inverno em Marraquexe”. O espetáculo fica em cena até dia 26.
Há ainda a exposição “Manuel Poppe: os trabalhos e os dias”, que ficará patente na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço de 25 de fevereiro a 18 de março. A inauguração será precedida de um colóquio com Maria de Lurdes Sampaio (Faculdade de Letras da Universidade do Porto), que falará sobre “Eros e Errâncias na ficção de Manuel Poppe”, e Roberto Merino (Escola Superior de Artes do Porto), que fará uma “Aproximação do teatro de Manuel Poppe”. O ciclo termina com um recital de poesia no café-concerto do TMG com uma seleção de textos que aludem à Guarda. Albino Bárbara, Américo Rodrigues, Fátima Freitas, Filipa Teixeira, José Neves e Vasco Queiroz serão os declamadores, enquanto a música ao vivo é de Victor Afonso. Crítico literário, cronista do “Jornal de Notícias” e dramaturgo , Manuel Poppe viveu parte da infância e adolescência na Guarda, à qual continua ligado por fortes laços e «memória dos afetos». Veio para a cidade mais alta em 1950 para tratar uma tuberculose pulmonar, e aí fez a quarta classe e a admissão ao Liceu, tendo-se mudado em 1969 para São João do Estoril. É autor, entre outros, dos livros “Crónicas Italianas” (1984), “Sombras em Telavive” (2001), “Memórias, José Régio e Outros Escritores, Ensaio de Autobiografia” (2001), “A Tragédia de Manuel Laranjeira” (2002), “Um Inverno em Marraquexe” (2004), “O Senhor Casimiro e a Santidade do Juramento” (2005) e “Os Sobreviventes” (2008).