Sob a égide do desenvolvimento da nossa terra, o Governador Civil da Guarda organizou, um encontro de reflexão com personalidades das várias áreas de ação política, económica e científica; a lista pareceu-me extensa, tinham em comum o berço no Distrito, mas a maior parte não mora na Guarda, não trabalha na Guarda e por isso mesmo não pode avaliar os grandes constrangimentos que sentimos a cada dia que passa. Pelo que sei foi produzido um documento estratégico para o desenvolvimento da nossa região, espero que o mesmo não seja demasiado científico, cheio de análises demográficas e económicas onde os pontos fracos assumam destaque elevado e os pontos fortes sejam apenas a posição geoestratégica, o turismo e as nossas gentes, ora isto não é novo. Mas afinal nós, os que cá estamos, que sentimos o viver sem investimento, público e privado, seremos assim tão inqualificáveis? Sr. Governador Civil, a Guarda está cheia de boa gente, de gente com formação académica e pessoal de referência, de gente que continua a ter o bom gosto de cá continuar a viver, gente que pensa e sofre a parca atratividade gerada pela posição politica que a Guarda tem demonstrado, pela parca determinação para a ação de exigência que a politica da Guarda tem evidenciado junto do poder central, estes sim são os grandes pontos fracos, a isto chegámos, Sr. Governador Civil, que como representante do Estado não deverá apenas fazer a “feira de vaidades e desfiles de personalidades” que aos microfones de um canal de televisão dizem apenas umas “baboseiras”, cito o Sr. Procurador-geral da Republica, personalidade do nosso Distrito que a única ação que poderia trazer para a Guarda seria um estabelecimento prisional, ao que chegámos Sr. Governador Civil! É isto que as personalidades políticas com berço na Guarda entendem que sejamos merecedores? Quantos empregos seriam criados? Este projeto poderia ser âncora para a atratividade empresarial? Assim não, estamos fartos, apresente-nos os resultados, o tal documento…, mas por favor que sejam positivos, caso contrário será melhor debruçar-se sobre os desempregados da Delphi que no primeiro mês de apresentação de prova quinzenal da procura ativa de emprego não encontraram ninguém no Governo Civil para serem recebidos … Porque não realizou a reunião de reflexão dentro da unidade fabril que se encontra fechada e que sobre ela a Guarda tem já muitas e boas ideias, basta ….
Assim será de crucial importância deixarmos a reflexão para passarmos à ação concreta, caso contrário a política continuará no descrédito daqueles que gostam mesmo da Guarda, até porque sinal da inércia da política local é já o conhecido movimento cívico “Empresários pela Subsistência do Interior”, que consideram, na voz de Luís Veiga, que «as portagens resumem-se a três D’s: desemprego, desinvestimento e desertificação», curioso é que sobre este assunto nem uma palavra foi proferida no tal encontro de personalidades, será porque os mesmos viajam em carros do estado e por isso mesmo não pagam portagens?
Mas sobre este assunto acredito pessoalmente nas palavras do Sr. Presidente da Câmara, Joaquim Valente, que afirmou em resposta à intervenção, que como Deputada Municipal do CDS, fiz na sessão extraordinária da AM que decorreu em junho de 2010 no Marmeleiro, na qual indiquei a necessidade de determinação para a descriminação positiva pelo interior, tendo mesmo solicitado que os Deputados eleitos na AR e o PC, deveriam defender junto do poder central as premissas que estiveram na origem da criação da A25 e A23, a resposta que obtive foi «… fique tranquila porque não irei disponibilizar as estradas municipais…». Ora sem alternativa não haverá portagens? Certo, Sr. Presidente eu confiei… mas eu proponho Força contra a Fatalidade de ficarmos sem Futuro.
Por: Cláudia Teixeira
* Deputada eleita pelo CDS na Assembleia Municipal da Guarda