A Ensiguarda promoveu, na passada quinta-feira, uma acção de formação dedicada ao râguebi e uma demonstração da modalidade no estádio municipal com os 30 alunos que formam a equipa da escola profissional há cerca de um ano.
O projecto “Nestum Rugby” foi apresentado na Guarda pela única equipa do distrito. Apanhando a “boleia” da iniciativa, a Ensiguarda arrancou com este desporto pouco enraizado no nosso país há dois anos, tendo já participado em torneios particulares. O próximo passo é a participação em campeonatos regulares de equipas emergentes e, daqui a dois anos, a competição federada. Numa equipa mista, Patrícia da Costa foi a primeira rapariga a integrar o projecto. «Ando cá desde o ano passado e já estou habituada», adianta a jovem de 17 anos, revelando que se lesionou «logo no primeiro treino», o que a deixou assustada. O episódio «passou logo», porque «eles [os rapazes] sabem controlar logo as coisas, não há problema», acrescenta. Aline Ribeiro, de 16 anos, entrou este ano, mas concorda com a colega e lembra que «todos os desportos têm a sua parte violenta, mas neste caso nem é muito violento, é só saber cair».
Com 17 anos, Rui Almeida acredita mesmo que, «comparado com outros desportos, no râguebi há respeito e é melhor que o futebol, por exemplo». A confirmar esta ideia, Ricardo Cruz, professor de Educação Física na Ensiguarda e treinador da equipa, revela que os jovens «chegam aos treinos com uma ligeira apreensão, mas quando começam a entrar dentro do espírito do jogo é uma festa para eles, trazem mais amigos e o grupo tende a aumentar». Segundo o director da escola profissional, «a ideia passou por escolhermos uma modalidade-piloto para a instituição, que defendesse os vectores que nós defendemos, como o rigor, disciplina, companheirismo, motivação e capacidade de liderança». Nuno Silva refere que a intenção é levar agora o projecto «a todo o distrito, tanto que já somos o centro distrital de formação de râguebi», revela.
Quanto ao projecto “Nestum Rugby”, é uma iniciativa promovida pela marca de cereais com a Federação Portuguesa de Rugby para promover a modalidade junto das escolas do país. A Ensiguarda não foi a única escola do distrito a aderir, mas integrou o grupo pioneiro e acabou por criar uma equipa independente do projecto. A aposta mereceu elogios do presidente do Comité de Rugby do Centro, que também esteve no estádio municipal na semana passada. «A Ensiguarda deu um passo muito importante e louvável, porque aderiu ao projecto na vertente de complemento curricular e criou um grupo de râguebi», disse Rui Cardoeira.
«Será mais uma modalidade ao dispor dos jovens da Guarda»
Em parceria com a Ensiguarda, a autarquia está a desenvolver um projecto que passa pela criação de um campo de râguebi no Parque Urbano do Rio Diz. O vereador Vítor Santos acredita que «o projecto tem pernas para andar». Já os custos «resumem-se aos postes, tudo o resto são fitas de marcação. O espaço está lá, é só tirar partido dele», sustenta o responsável pelo pelouro do Desporto. Por agora, a equipa da escola profissional treina naquele espaço e no estádio municipal, onde ainda não há os tradicionais postes.
Rafael Mangana 
