Cerca de metade dos alunos (47%) não teria vergonha de ser mau aluno. É uma conclusão surpreendente (ou talvez não) que decorre de um Inquérito passado a 100 alunos de 4 turmas da nossa escola, do 7º, 8º, 10º e 11º anos. Para este Inquérito partimos da ideia de bom aluno como aluno com boas classificações na escola. Aliás é esta também a ideia de “bom aluno” tal como é vista pelos próprios jovens (75% vêem o bom aluno como tendo boas notas, 54% ligam a expressão ao aluno bem comportado, 30% à ideia de inteligente e só 18% ao aluno que estuda bastante).
Quanto aos alunos que estudam muito, o que pensam os jovens? Só uma pequena parte (25%) se identifica com eles; a maioria (45%) sente indiferença, 16% inveja e 10% mesmo repulsa pelos alunos “marrões”. E têm eles vergonha de ser bons alunos? Aqui ninguém respondeu que teria. E quanto a ser mau aluno, a resposta aí está: 47% não tem ou não teria vergonha de ser mau aluno.
Quanto às reacções aos maus resultados, 30% reconhecem chorar; 9% rasgar os testes; 17% refilar com o professor. Dois terços (67%) ficam tristes e calados; também cerca de dois terços (63%) contam logo aos pais (18% só às vezes e 16% escondem mesmo). Perto de metade (44%), após os maus resultados, deixa andar a ver o que dá (50% queixa-se e pede ajuda).
Mas os jovens são realistas quanto às causas do insucesso: 66% apontam a falta de estudo, 53% a falta de atenção, reconhecendo como menos importante a falta de motivação (30%), a preguiça (24%), a falta de bases (20%) e mesmo a inteligência (6%). Os estudantes pensam também que, apesar de ser mau aluno, o jovem pode vir a ser um bom profissional (77%) e que poderá até mudar (76%). Quanto a saídas para o insucesso, 33% apontam a mudança no ensino, 27% a escolha da via profissional mais cedo e 21% a frequência facultativa da escola.