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Cancro do Pulmão

Fundação Portuguesa do Pulmão

O cancro do pulmão, em aproximadamente 100 anos, transformou-se de uma forma rara de neoplasia num dos tumores mais frequentes da humanidade.

Actualmente, é a primeira causa de morte por doença oncológica no mundo, originando anualmente a morte de 190.000 pessoas na Europa.

O principal factor etiológico para a doença é o fumo do tabaco, sendo responsável por 85% dos casos. Contudo, outros factores estão também implicados, o que explica a ocorrência da doença em não fumadores: predisposição genética; exposição profissional e ocupacional a múltiplos agentes como asbestos, níquel, sílica ou radão; dieta e a poluição atmosférica. O envelhecimento é considerado outro factor adicional.

Predominando no sexo masculino, a sua incidência tem vindo progressivamente a aumentar e de forma alarmante no sexo feminino. Este facto deve-se principalmente ao aumento dos hábitos tabágicos na mulher e à sua maior susceptibilidade genética.

São factores determinantes no mecanismo de carcinogénese a precocidade de início dos hábitos tabágicos, o número de cigarros fumados, o tempo de exposição, a profundidade da inalação e o tipo de tabaco consumido.

Um fumador de um maço de cigarros por dia durante vinte anos tem um risco acrescido de desenvolver cancro do pulmão 20 a 25 vezes superior ao de um não fumador, e um fumador passivo um risco aproximadamente três vezes superior ao do não fumador.

O tempo de latência existente entre o início dos hábitos tabágicos e o aparecimento da neoplasia é de 30 a 40 anos, sendo este o motivo pelo qual a neoplasia atinge a sua incidência máxima entre a 6ª e a 7ª décadas de vida.

Apesar dos novos métodos de diagnóstico e da evolução terapêutica que se tem verificado, quer a nível farmacológico, quer na área da radioterapia e da cirurgia, a sobrevida global aos 5 anos, para esta doença, ainda não ultrapassa os 16%.

Sendo o cancro do pulmão a primeira causa de morte evitável no mundo, deverá existir um grande investimento na prevenção da doença.

A aplicação de medidas legislativas anti-tabágicas constitui um importante passo no combate à doença. Não estando ainda cientificamente comprovada a validade dos rastreios no cancro do pulmão, a evicção tabágica e o abandono precoce dos hábitos tabágicos são as metodologias preventivas mais eficazes.

Por: Luís Ferreira

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