O orçamento da Culturguarda para este ano baixou cerca de 30 mil euros comparativamente a 2010, sendo de 1,27 milhões. Também o subsídio à exploração sofreu um pequeno corte – quase menos 88 mil euros – e passou do milhão de euros do ano passado para pouco mais de 949 mil euros em 2011. Os documentos previsionais da empresa municipal que gere o TMG – a que os jornalistas não tiveram novamente acesso – foram aprovados por maioria na última reunião do executivo, realizada na passada segunda-feira, com a abstenção dos dois eleitos do PSD.
Desta vez, o assunto foi pacífico. Vergílio Bento começou por destacar a redução do subsídio camarário, que decorre da obtenção de financiamento alternativo via rede “5 Sentidos”, do programa transfronteiriço POCTEP, com a Junta de Castilla y León, e da “Rede Património de Cidades”. O vereador considerou depois que a abstenção da oposição é «o reconhecimento do esforço que está a ser levado a cabo para tornar esta estrutura sustentável». Tanto assim que Rui Quinaz chamou a atenção para «a inversão da tendência do aumento de custos e da despesa», concluindo que «houve, de facto, uma preocupação de contenção». Pelas contas do social-democrata, a previsão da Culturguarda é reduzir em 20,5 por cento os custos com fornecimentos e serviços externos, que baixam de 784.994 euros para 623.546 euros em 2011. A tendência é a mesma em termos de vendas, já que se estima uma diminuição de 23 por cento para pouco mais de 197 mil euros.
Em termos de receitas, Rui Quinaz assinala também uma redução, uma vez que os responsáveis da empresa municipal prevêem arrecadar qualquer coisa como menos 75 mil euros, cifrando-se esta rubrica em 1,27 milhões de euros. «O momento não é fácil em termos de consumo, talvez seja previsível alguma redução da bilheteira», admitiu o vereador da oposição, que voltou a chamar a atenção para as receitas «muito baixas» do café-concerto, embora tenha sublinhado a «nova dinâmica do espaço». Já na terça-feira, a Culturguarda [que tinha ficado de divulgar um resumo do Plano e Orçamento aos jornalistas] enviou para as redacções um comunicado em que anuncia a manutenção de «uma programação cosmopolita», apesar das restrições orçamentais prevista. «No entanto, haverá também uma redução do número de espectáculos e de actividades», mas vai manter-se «a relação com os artistas e as colectividades culturais da região, tendo em vista a criação de espectáculos comunitários de grande participação e impacto popular», lê-se ainda.
Entretanto, o executivo também aprovou, com a abstenção do PSD, o Plano e Orçamento da Agência para a Promoção da Guarda (APGUR), que terá 598.183 euros para gastar em 2011. Os sociais-democratas consideraram que esta entidade «faz sentido» para valorizar o centro histórico e a cidade e que tem desenvolvido acções «positivas». Contudo, Ana Fonseca lembrou que talvez seja útil fazer «uma revisão crítica» das mesmas.
Luis Martins