A Associação de Feirantes das Beiras criticou a «grande confusão» que tem havido nas últimas feiras semanais de Trancoso devido à necessidade de mudança de alguns lugares no âmbito de obras de requalificação.
«Atribuem um lugar a uns feirantes e depois, quando estes chegam, estão lá outros que dizem que aquele lugar é deles. E a Câmara não tem pulso para controlar esta confusão», afirmou à agência Lusa Ringo Pinto Lourenço, delegado da Associação de Feirantes das Beiras. O feirante contou que, à semelhança de outros colegas, na passada sexta-feira, pela segunda semana consecutiva, desistiu de fazer negócio em Trancoso e regressou a Viseu. «Há duas semanas que só lá vou gastar combustível e não vendo nada, porque não há condições. Ninguém sabe onde deve ficar, andamos à nora e ninguém se entende», lamentou.
Inicialmente, estava previsto que os feirantes que tiveram de mudar de lugar por causa das obras de requalificação fossem colocados na zona envolvente do estádio municipal. No entanto, «ninguém aceitou, porque fica muito distanciado do resto da feira», disse, acrescentando que «o melhor era mesmo que suspendessem a feira durante os quatro meses das obras, que são os mais fracos em termos de negócio». Por sua vez, Júlio Sarmento, presidente da autarquia, admitiu que tem havido confusões nas últimas semanas, embora «a presença da GNR tenha sido eficaz e dissuasiva» de maiores conflitos. E explicou que, por causa das obras, houve necessidade de «recolocar 130 feirantes nas ruas adjacentes». O autarca adiantou que «os lugares estarão mais definidos nas próximas feiras» e rejeitou a hipótese de suspender o mercado semanal, o maior do distrito da Guarda. Quanto ao futuro, revelou que o espaço vai ser reorganizado, ficando, por exemplo, com «uma vedação para controlo de entradas e saídas», pavimentos e todas as restantes condições exigidas pela lei.