Imagina o quadro a perder imagem, a perder pintura
Porque os pontos se revoltam e vão de viagem.
Imagina que todos nos abandonam e somos como as mães de cinco, sem visitas na enfermaria.
Imagina que somos aquela obra que nunca terminou, aquela casa de gente onde gente nunca entrou.
E somos a festa que terminou à chapada, o casamento que virou as mesas, a enxurrada no dia da missa campal.
Imagina que somos aqueles a quem tudo corre mal.
Esses são os funcionários públicos que trabalharam com esmero, os muitos que cumpriram os horários
os muitos que se dedicam com coração, que se envolveram para resolver problemas, que não eram deles,
e que a 20 de Janeiro têm menos salário.
Essa sensação de ter cumprido, e não servir. Essa força que se chama raiva a “crescer-te por dentro”.
Essa injustiça de arcar com as decisões dos lideres fracos que todos elegeram.
Essa injustiça de pagarem alguns o crime de uns tantos. E saber que lá estão os vígaros incólumes nos Bancos.
Os chefes da pandilha a distribuir o ouro roubado.
Isto é como o óleo de Picasso afinal ser “marado”.
Isto é o sentimento de uma Função Pública que reagirá mal no ano de 2010.
Não havia outros caminhos?
Por: Diogo Cabrita