P – Quais os principais projectos que tem em mente para a Associação Académica da UBI?
R – Para já, temos que pagar várias multas que ainda estão por liquidar. Mas quando tiver em minha posse todos os documentos, poderei ter uma noção mais concreta dos valores de que estamos a falar. Sei que tínhamos algumas multas para pagar à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) até 1 de Dezembro, mas a essa data ainda não tínhamos tomado posse, portanto, falamos de multas que se vão arrastando. O meu principal objectivo é, em primeiro lugar, pagar tudo o que se deve de anos anteriores.
P – Como vê o facto de ter sido a única candidata à presidência da AAUBI?
R – Essa situação vai de encontro ao que eu pensava anteriormente, ou seja, quando as coisas estão bem e há dinheiro, há interesses. Neste momento, toda a gente sabe da grave crise financeira que a AAUBI está a atravessar e ninguém quer esse tipo de preocupações, nem se quer estar a prejudicar em termos pessoais. Há uma falta de interesse pelo associativismo, até porque os alunos não se vêem representados e daí esta desmotivação em concorrer a uma associação académica.
P – A AAUBI tem vivido, ao longo dos últimos anos, tempos conturbados e de alguma descrença por parte dos alunos. Como pensa recuperar essa credibilidade?
R – Pretendo aproximar-me da comunidade. Como não posso estar a pensar em projectos de grande valor monetário, tenho que arranjar alternativas. E se não tiver recursos financeiros para fazer uma Semana Académica de cinco dias, vou fazer de dois ou de um dia. O importante é não deixar acumular mais dívidas. Assim sendo, tenho que arranjar fórmulas para fazer projectos em torno da solidariedade com instituições da cidade da Covilhã. Já recebi telefonemas de algumas delas, que tiveram conhecimento desta nossa intenção, e demonstraram interesse em colaborar connosco.
P – O que pensa do afastamento entre os estudantes da UBI e a sua associação?
R – O que penso é que, ao longo dos anos, a única preocupação da AAUBI tem sido organizar a Recepção ao Caloiro e a Semana Académica, o que acho lamentável porque uma associação académica tem que ser muito mais que isso. As pessoas vêem a Associação como uma casa de fazer festas. Na direcção anterior, onde eu também estive, houve muitos projectos a nível social que levámos a cabo, mas as pessoas acabaram por não se aperceber deles porque esse tipo de actividades por vezes não passa muito para o exterior. Depois, surgem aqueles “tubarões” que só sabem criticar e que vão às Assembleias Gerais de Alunos apenas preocupados com a apresentação dos planos de actividades. A esses, apenas digo que, se não podem contribuir com soluções, não critiquem. Arranjem-nos soluções e nós tentaremos dar o nosso melhor.
P – Depois de controladas as dívidas, qual a primeira medida a tomar?
R – A primeira medida será mostrarmos que somos capazes de fazer muito mais do que festas. Queremos organizar conferências, palestras e criar um gabinete de apoio ao estudante em todas as faculdades para nos aproximarmos mais dos alunos.