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Suspeita de gripe A “fura” plano de contingência em Seia

Após ter recusado ser transferida e regressado a casa, a mulher acabou por se submeter a análises de despistagem em Coimbra, que deram negativo

A ministra da Saúde atribuiu à «pouca informação» dos profissionais de saúde que, na passada quarta-feira, lidaram com a doente de Seia suspeita de ter contraído o vírus da gripe A (H1N1) a recusa em ser transferida para os Hospitais da Universidade de Coimbra. «Esta é uma situação nova e nem sempre a informação chega da forma mais correcta aos profissionais de saúde, o exemplo de ontem [dia 20] é de lamentar», considerou Ana Jorge, após anunciar que a mulher não estava infectada.

A governante acrescentou depois que se a doente, recém-chegada dos Estados Unidos, tivesse ligado para a linha Saúde 24 (808242424), o hospital de Seia já estaria melhor preparado para a receber e informá-la da necessidade de ser isolada «para evitar ao máximo o risco de contágio de outras pessoas». Admitindo ser «um direito recusar tratamento e internamento», Ana Jorge ressalvou, no entanto, que é um dever «acatar as recomendações dos serviços de saúde» no interesse do «bem comum» e recomendou «tranquilidade e civismo» aos utentes. Algo correu mal na semana passada para a mulher, de 60 anos, ter deixado o Hospital Nossa Senhora da Assunção pelo próprio pé e regressado a casa com o marido. A doente tinha dado entrada nas Urgências com sintomas associados à gripe A na manhã da última quarta-feira, um dia depois de ter regressado dos Estados Unidos.

«O plano local de contingência da gripe foi activado assim que o caso foi detectado e o processo seguiu os trâmites definidos pela Direcção-Geral de Saúde», disse Luísa Lopes, directora do serviço de Urgência da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, de que faz parte o Hospital de Seia. Contudo, ao fim de duas horas, a mulher ter-se-á fartado de estar fechada numa sala da unidade e resolveu voltar para casa. Durante a tarde, a equipa do INEM, que tinha viajado de Coimbra entretanto, ainda tentou com que mudasse de opinião, mas nada feito, pelo que a recusa foi participada ao Delegado Regional de Saúde de Coimbra. A situação só ficou resolvida ao final da tarde, quando a delegada de saúde de Seia conseguiu convencer a doente a ir para os HUC – o hospital de referência para os casos suspeitos na região Centro – para ser sujeita às análises de despistagem necessárias. No dia seguinte, feitos os exames, soube-se que a paciente não tinha gripe A.

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