A essência está, com certeza, no desmedido e indelével conjunto de registos de infância repleto de caras feias, impaciência e largos sorrisos amarelos. Nessa altura a fotografia era uma coisa de adultos, paciência e máquinas limitadas a 24 hipóteses por rolo para contar histórias.
Agora não.
Agora não há limites, regras ou qualquer necessidade de método ou organização.
É pura imagem, conceito, sentimento. Motivo que me obriga a trazer sempre comigo a máquina fotográfica, a necessidade infindável, frenética e insatisfeita de absorver, fixar e perpetuar sensações em forma de imagens.
Confessada admiradora de pessoas, da imprevisibilidade e multiplicidade estética de expressões e ideias, é esse o assunto, por excelência, das minhas fotografias em http://sufiahms.viewbook.com.
Vi, observei e admirei muitos trabalhos fotográficos mas só mais tarde comecei a fotografar, primeiro desinteressada e desinteressantemente e depois com premência mas sempre, e ainda, sem qualquer método.
Olhar e ver bonito, num mundo deteriorado, feio e pobre. Olhar e ver a beleza da humanidade incessantemente errática.
Sofia Rodrigues, ex-aluna da Escola