Os directores de turma (DT) acham excessiva a comunicação contínua de faltas não justificadas aos pais, tal como prevê a lei. Desde 2002, segundo o Estatuto do Aluno, que as faltas, ultrapassado o período de justificação, devem ser comunicadas aos pais. A sua comunicação regular ganhou entretanto força com o novo Estatuto do Aluno, em que a questão das faltas justificadas ou injustificadas é importante para efeitos de realização de Provas de Recuperação. É este o principal resultado dum inquérito feito aos directores de turma dos 8.º e 11.º anos, em que quisemos saber o que é que eles achavam burocracia a mais, tanto no que respeita a papéis como em procedimentos desnecessários.
Outros procedimentos e documentação considerados excessivos ou inúteis são a elaboração de Projectos Curriculares de Turma (PCT) muito complexos (PCT mais pragmáticos e simples precisam-se); a convocação dos pais para entrega das Fichas de Registo de Avaliação; o preenchimento de Fichas inúteis como a Informação para o Observatório de Qualidade quando o programa informático produz informação global e gráficos de muita qualidade; o preenchimento dos relatórios das aulas de apoio; a Ficha de Cumprimento de Programas.
Finalmente, alguns professores colocam o dedo em algumas feridas: há realidades ainda mal digeridas e assimiladas (Proj. Curricular de Turma) que geram burocracia produzida sem sentido. Um DT levanta a questão de que muitas vezes os problemas resolviam-se mais depressa com o professor a actuar do que com o contacto necessário do intermediário DT que deve intervir em todos os problemas da turma. Em terceiro lugar as Provas de Recuperação têm trazido até agora mais problemas do que soluções.
Mas, diante dos normativos em vigor e tendo em conta a segurança e a fiabilidade da informação, levanta um professor a questão: não será a burocracia uma fatalidade que tende a aumentar e mesmo uma necessidade que nos deixa seguros?