Ao vencer em Águeda uma equipa que estava três pontos à sua frente, o Fornos de Algodres assegurou, no último domingo, a manutenção na série C da IIIª Divisão Nacional. Os locais só precisavam de empatar para se manter, pelo que foi deles a primeira jogada de perigo quando, após um canto, Zé Miguel cabeceou ao lado. Era o primeiro aviso de uma equipa que tinha muita esperança neste jogo.
Contudo, o Fornos de Algodres deu rapidamente a volta ao texto e inaugurou o marcador. Num livre do lado direito, Fábio Nascimento colocou a bola na área onde Pedro’s rematou para defesa de Apolo, que desviou para canto. Na sequência, Simões, de cabeça, marcou para ao visitantes. Era o prenúncio de um jogo de grande emotividade. A partir daqui foi o Águeda que passou a ter todas as despesas do encontro, tal como era de esperar, pois estava a perder em casa. Contudo, a equipa do distrito de Aveiro só criou perigo de bola parada. Aos 21’, após um livre para a área, o guardião visitante deu sinais de uma tarde inspirada, negando o golo feito a Sucena, que cabeceou de forma perfeita. Já o Fornos respondeu em contra-ataque com destaque para Simões e Bruno Costa. Mais tarde, Sucena voltou a testar o guardião Zé Luís, que negou novamente o golo, num duelo interessante ente estes dois jogadores. Até ao intervalo, o Fornos voltou a estar perto de marcar, mas desta feita foi Apolo que fez uma boa defesa a remate de Pedro’s de fora de área.
A segunda parte trouxe um maior caudal ofensivo, com o Águeda a aumentar a sua frente de ataque e Valter a criar muitas dificuldades à defesa do Fornos de Algodres. Apesar de muito pressionar, as tentativas dos locais em empatar esbarraram sempre em Zé Luís, o que fez com que a equipa da casa ficasse cada vez mais nervosa. Disso aproveitou o Fornos para chegar ao segundo golo, marcado aos 75’, de novo por Simões, que, após bom trabalho de Néné na esquerda, enganou toda a gente. Foi um golo que gelou por completo o Municipal de Águeda. Ainda assim a força de vontade dos locais era evidente e, aos 78’, beneficiaram de uma grande penalidade, que até os aguedenses tiveram dúvidas se foi ou não bem assinalada. Na marcação, Zé Miguel permitiu a defesa a Zé Luís, mas ainda foi a tempo de marcar no ressalto. O Fornos tinha o tempo e o resultado a seu favor, pelo que não deixou escapar este precioso triunfo numa grande tarde de Simões e Zé Luís.
No final, Nando Pompeu era um homem feliz: «Esta vitória foi a mais saborosa de todas. Os jogadores sofreram imenso ao longo do campeonato, mas sabiam que tudo se decidia aqui», sublinhou o técnico fornense. O trio de arbitragem manchou o pano com uma nódoa na grande penalidade que nem os aguedenses acreditavam. Mal vai o futebol português que vive à base de muita matemática.
João Ferreira
