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Condutores acusados de 17 crimes no acidente da A23

Colisão, seguida de despiste, vitimou 17 elementos da universidade sénior de Castelo Branco em Novembro de 2007

Os dois condutores envolvidos no acidente ocorrido em Novembro de 2007 na A23, que provocou a morte de 17 pessoas, vão ser julgados por 17 crimes de homicídio por negligência e ofensas à integridade física. A decisão foi anunciada na passada sexta-feira pelo juiz de instrução do Tribunal de Castelo Branco.

Segundo o despacho de pronúncia, ambos os condutores contribuíram para o acidente, na medida em que o condutor do autocarro invadiu a faixa da esquerda onde a condutora já fazia uma ultrapassagem. Esta última ainda tinha espaço para ultrapassar, mas por falta de cuidado e perícia perdeu o controlo do ligeiro e embateu no autocarro. O magistrado justificou ainda com a dimensão do acidente o número de crimes de que são acusados. «Hoje em dia, pequenos actos negligentes podem causar catástrofes», alegou. Devido ao número de crimes considerados, o caso vai ser julgado em processo comum por um colectivo de juízes, no Tribunal de Castelo Branco, em data a definir.

A decisão vai «100 por cento» ao encontro do que tinha sido pedido por João Carlos Marcelo, advogado da maioria das vítimas. «É uma pronúncia justa», sublinhou, enquanto Nuno Almeida Santos, que representa outro conjunto de vítimas, considerou ser esta «a melhor forma de, em audiência de julgamento, se apurar a responsabilidade». Na sua opinião, a exclusão de um dos arguidos «limitava, à partida, o apuramento das responsabilidades, que, de acordo com o que vimos, a decisão mais provável será a de ter havido neste caso uma responsabilidade partilhada», concluiu.

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