Com a abertura do Museu dos Descobrimentos, centro interpretativo “À Descoberta do Novo Mundo”, a Câmara de Belmonte encerra também o ciclo de construção de museus temáticos que têm acontecido desde 2001 na vila. Foi nesse ano, em Abril, que a autarquia inaugurou o primeiro espaço museológico temático, o Eco-Museu do Zêzere (“Tulha”), dedicado às várias realidades do Rio Zêzere. Aqui, tenta-se contar a história biológica, geológica e antropológica do rio Zêzere. Mas foi com a inauguração do Museu do Azeite (dedicado à cultura do lagar) e, depois, com a abertura do Museu Judaico de Belmonte, o primeiro e único espaço do país dedicado à história dos Judeus em Portugal, que Belmonte emergiu realmente no mapa dos espaços temáticos (ainda falta o espaço museológico do Castelo).
Agora, enquanto se regista mais um aniversário da vila e se recorda o “descobridor” Pedro Álvares Cabral, apresenta-se o expoente máximo do programa de instalação museológica do concelho: À Descoberta do Novo Mundo.
Com este novo espaço, Belmonte afirma-se como referência no turismo cultural a nível nacional. E assume, também, a pretensão de atrair visitantes estrangeiros. De resto, nos últimos anos, e em especial após a abertura do Museu Judaico, Belmonte passou a integrar as rotas internacionais de turismo dedicado aos judeus – de Israel ou de outras origens.
Depois das celebrações dos 800 anos do foral (em 1999) e das comemorações do “achamento das Terras de santa Cruz” (Brasil) por Pedro Álvares Cabral (em 2000), este volta a ser um momento alto, de grande elevação e projecção da vila.
Belmonte tem uma autêntica rota de museus – quatro -, além do excepcional centro histórico que mereceu a inclusão no programa das Aldeias Históricas. Poucos concelhos, porventura poucas cidades, têm uma variedade de oferta turística e um investimento na cultura e no património como aquela que a terra de Cabral nos oferece. Mas Belmonte não está virada para o passado, as suas propostas são do nosso tempo e investem no futuro. O novo Museu dos Descobrimentos é um exemplo de modernidade e de vocação universal À Descoberta do Novo Mundo.
Com uma localização privilegiada, a meio caminho entre Guarda e Covilhã, junto à A23, auto-estrada essencial na conexão com o país e o mundo, a vila de Belmonte vai esgrimindo os seu argumentos, resultado de uma aposta que contraria o êxodo rural e que lhe permite aguardar o futuro com optimismo. A partir de agora, o «novo mundo» pode interpretar-se em Belmonte, no sopé da Serra da Estrela, no interior de Portugal.
Luis Baptista-Martins