Li Fernando Savater e o seu “El gran laberinto” de 2005. O texto faz género com as colagens de histórias dentro duma narrativa. Assim visitamos a vasta cultura de Savater e suas referências, visitamos textos e personagens de Pío Baroja, Cervantes (o incontornável Sancho e D. Quixote), Gustav Meyrink e a transformação de gente livre em personagem como Jan Patocka (1907-1977, morto nas cadeias da Checoslováquia) e Lao Zi (autor de Tao-te-King “livro do caminho recto”) ou da Vinci.
Isto tudo para nos falar de liberdade e dum conceito estonteante: a pior prisão é a perda voluntária de liberdade. Os “psicófagos” são personagens das trevas, oriundos do mal, que nos possuem se os deixarmos entrar. Eles não conseguem penetrar o querer de cada um, mas utilizam as emoções, vestem-se, disfarçam-se e tentam abrir a porta que os conduz ao domínio da nossa mente. Assim entrados na mente, comem-nos a alma e devoram-nos a vontade. Os “psicófagos” de Savater são a personagem dos fazedores de sonhos, os encantadores de ideias, os fanatizadores, os ocupantes da inteligência contra a liberdade. Podem ser religiosos, políticos, ilusionistas, o que os caracteriza é o domínio da alma dos outros. E eu desatei a ver os “psicófagos” em torno de mim, os muitos que me tentam lavar a vontade, iludir a realidade, colorir os cenários e fascinei neste labirinto.
Por: Diogo Cabrita
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