P – Acaba de ser eleito Provedor do Estudante da Universidade da Beira Interior para os próximos dois anos. O que terá levado os estudantes a escolhê-lo para o cargo?
R – Porventura uma das razões estará no facto de ter sido aluno da universidade e assistente na Faculdade de Ciências da Saúde. Além disso, sou da Covilhã. Talvez a minha profissão tenha sido também um dos motivos. Sou inspector da Polícia Judiciária, na Guarda, o que dá alguma credibilidade, imparcialidade e até isenção, uma vez que não estou ligado a nenhum organismo da UBI. Torna o cargo mais credível.
P – O que o levou a aceitar o cargo, que exercerá em regime de exclusividade?
R – Fui contactado pelos alunos, no sentido de saberem se queria ter o privilégio de ser o primeiro Provedor do Estudante. Havia coesão em torno do meu nome, numa escolha que envolveu a direcção da associação académica, os diferentes núcleos e os representantes dos estudantes (no Conselho Geral). E então eu decidi aceitar o desafio. Parece-me interessante poder defender o interesse dos alunos e pôr cobro às suas inquietações.
P – A figura do provedor do Estudante fazia falta à universidade?
R – A criação da figura do Provedor do Estudante decorre, como se sabe, do novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior. Mas penso que é sempre importante ter uma figura independente para zelar pelos direitos dos estudantes e assegurar que a relação com os diferentes serviços e órgãos da universidade se faça de forma justa e legal. O que sei é que até aqui chegavam inúmeras queixas de alunos ao reitor. Agora, o que era feito dessas queixas e de que forma eram trabalhadas não sei dizer.
P – Quais serão as suas prioridades após a tomada de posse?
R – É prematuro dizer. Da parte dos alunos ainda nada me foi veiculado. Este é um cargo novo, sou o primeiro provedor e, como tal, não há queixas ou casos pendentes. Ou seja, não existe ainda uma base de trabalho. Vamos esperar pela tomada de posse. A partir daí poderão surgir situações e possíveis casos de não observância de algumas regras.
P – Como e onde vai funcionar a provedoria?
R – A provedoria vai ter instalações próprias, com um gabinete e secretariado, cuja localização desconheço para já, e estará aberta no horário normal de funcionamento dos serviços.
P – Iniciará funções na mesma altura que o novo reitor…
R – Penso que será muito positivo para a universidade que a provedoria comece a funcionar na mesma altura em que o professor João Queiroz inicia o seu mandato. Será certamente muito benéfica esta conjugação de esforços para a instituição.
P – Como vê a saída de Santos Silva e a entrada de João Queiroz na reitoria?
R – Penso que poderá surgir um novo paradigma de desenvolvimento na universidade. É sempre importante surgirem caras novas à frente das instituições, situações novas e ideias diferentes. Parece-me que novos ventos soprarão a partir da eleição de João Queiroz. Já em relação ao actual reitor Santos Silva, considero que fez um trabalho que é de enaltecer. A universidade atingiu grandes níveis de desenvolvimento. A criação da Faculdade de Medicina, por exemplo, foi um passo importante e decisivo nesse sentido.