O Aquilo Teatro estreia quarta-feira, na caixa de palco do grande auditório do TMG, um novo encenador e uma nova peça. Trata-se de João Louro, que concebeu e encenou “Gregoire” com um texto de Galo Porno, um jovem autor guardense com varias obras publicadas.
É uma produção de cariz mais experimental, que regressa ao «espírito e identidade» de um grupo que também se assume como «um espaço de captação, formação e promoção de novos criadores, onde os processos são mais valorizados que o produto em si», refere o Aquilo em comunicado. Envolvendo 12 pessoas e com música ao vivo, o espectáculo conta «uma pequena história sobre uma senhora de mão dada com a glória dum chimpanzé idoso que pinta quadros, sobre um senhor de mão dada com a fé num
discurso horroroso que pinta quadros, sobre uma morte e a sua sorte, sobre uma decomposição e a sua conservação, sobre, enfim, um enxame à beira da roseira que afronta a vida intelectual de ponta», adianta a produção.
A peça inspira-se no trajecto de um chimpanzé, chamado Gregoire, descoberto por Jane Goodall, pioneira nos estudos sobre estes símios, no zoo de Brazzaville, capital do Congo, em 1990. Tornou-se depois no embaixador do Jane Goodall Institute, cuja missão é proteger os chimpanzés, e faleceu no ano passado com cerca de 66 anos, tendo sido o espécime mais velho conhecido até hoje. A dramaturgia e encenação são de João Louro, sendo “Gregoire” o seu primeiro trabalho resultante do curso de encenadores promovido pelo Inatel e o TMG, orientado por Gil Salgueiro Nave. A interpretação é de Gabriel Godinho, João Manso, Sílvia Amaral, Carla Morgado, João Louro e Davide Silva.
Esta proposta, que também está em cena no dia 23, antecede dois novos espectáculos do Aquilo resultantes dos ateliers de expressão dramática orientados por Paulo Miranda. “O conto da codezinha e do boi do engenho” e “Faz de conto do gin sem tónica” vão estrear em Maio, envolvendo 30 pessoas.