Depois de sucessivos adiamentos, o PSD anunciou, no sábado, o nome de Crespo de Carvalho para liderar a lista social-democrata à Câmara da Guarda nas próximas autárquicas. O empresário concorre como independente, o que para os dirigentes laranja será «a melhor forma de criar uma forte base social e política de apoio» para conseguir a liderança da autarquia.
A escolha recaiu neste empresário do ramo automóvel porque, segundo explicou o líder da concelhia, João Prata, «tem conhecimentos que tem demonstrado ao longo destes anos e que foi revelando nos programas radiofónicos, em escritos e intervenções cívicas». Por sua vez, o presidente da Distrital, Álvaro Amaro, notou que «não há lugar à inexperiência e à imaturidade» nestas autárquicas, numa alusão ao percurso profissional e político de Crespo de Carvalho – no qual se conta um mandato de vereador na autarquia, de 2001 a 2005, como independente, depois de ter alinhado como número dois na lista de Ana Manso. «Desta vez escolheu-se uma pessoa experiente, sólida e preparada, porque o tempo não é de aventuras», acrescentou Álvaro Amaro, para depois considerar que já é hora dos guardenses «darem uma oportunidade» ao PSD na autarquia da capital de distrito. «A Guarda deve ser das poucas terras do país onde ainda não houve alternância de poder autárquico», lembrou o também edil de Gouveia.
Para João Prata e Álvaro Amaro, esta candidatura propõe mais do que uma batalha de cores e bandeiras políticas, dirigindo-se «a todos os que não se revêem na actual governação socialista, independentemente das convicções político-partidárias». Já Crespo de Carvalho afirmou sentir-se à-vontade numa candidatura independente que, disse, só poderá ser vantajosa: «Encontro nesta independência a vantagem de poder propor à Guarda algo que seja o mais abrangente possível e que não seja só aquilo que são as causas do PSD». O candidato, que falou em querer «ajudar a mudar a Guarda», destacou a necessidade de grandes que contribuam para o desenvolvimento do município, pelo que «é preciso ser exigente com o poder central, porque o ser amigo, está provado, não chega», considerou. Numa conferência de imprensa onde não faltaram críticas à actual governação de Joaquim Valente, Crespo de Carvalho declarou que é altura da Guarda se «libertar da gestão desastrosa dos últimos quatro anos, em que muito se prometeu e quase nada se fez».
Disse também ser necessário «terminar com os esbanjamentos» e que a Guarda precisa de políticos que «estejam ao serviço e que não se sirvam dela». Já João Prata afirmou mesmo que «não há um governo na Câmara da Guarda, mas um conjunto de funcionários públicos sem orientação», que estiveram «apenas a cumprir calendário» durante estes quatro anos. «Ou se vence este desafio (autárquicas), que vai além da bandeira partidária, ou então a Guarda perde uma das últimas oportunidades, se não a última, de se agarrar com unhas e dentes» rumo ao desenvolvimento, disse, por sua vez, Álvaro Amaro. O candidato revelou ainda que vai ter «carta branca» para formar a sua lista, pois «não basta ter um líder, um programa, é fundamental ter uma boa equipa».