Depois do elevador de Santo André, que entrou em funcionamento no domingo, a Câmara da Covilhã vai avançar para a construção de mais quatro equipamentos do género, no âmbito do Plano de Mobilidade que a autarquia traçou para a cidade, num investimento da ordem dos 2,8 milhões de euros. Um deles será posto a concurso já no próximo mês e ligará o recém-inaugurado Parque da Goldra à zona da Biblioteca Central da Universidade da Beira Interior (UBI).
A apresentação dos quatro projectos decorreu durante a inauguração do ascensor de Santo André, que custou 900 mil euros e vence 90 metros de desnível entre a Rua Marquês de Ávila e Bolama e a zona do Mercado Municipal, e do Parque da Goldra – última intervenção ao abrigo do Programa Polis, que resultou da reconversão de uma área votada ao abandono, de cinco hectares, num espaço de lazer. A autarquia pretende estabelecer ligações pedonais rápidas entre as zonas baixas da cidade e o núcleo central, vencendo os acentuados declives e reduzindo a dependência do automóvel. A extensa Marquês de Ávila e Bolama surge como o ponto central do projecto, para onde confluem todas as ligações. «O elevador de Santo André é uma inovação completa na cidade e acho que o modelo deve continuar a ser reproduzido», considerou Carlos Pinto, que estima ter concluída no Verão a ligação entre o cimo do Parque da Goldra e a Biblioteca Central da UBI.
O elevador vai vencer uma cota de 17 metros e permitir uma deslocação rápida entre a zona escolar e o centro histórico, visto que, chegados à biblioteca, os peões só precisam de percorrer 50 metros da Marquês de Ávila e Bolama para alcançarem o de Santo André e depois a zona antiga. Tal como este, também os novos ascensores deverão ser de utilização gratuita e ter videovigilância 24 horas por dia. De acordo com Carlos Pinto, dois dos quatro equipamentos previstos no plano vêm complementar a única ponte pedonal que a autarquia vai concretizar, a da Carpinteira. Em fase de construção, esta estrutura com 220 metros de comprimento, que está a ser erguida sobre a ribeira, vai ligar o bairro dos Penedos Altos à Marquês de Ávila e Bolama, no outro extremo desta rua. Quem se deslocar pela ponte, orçada em 2,5 milhões de euros, vindo dos Penedos Altos vai encontrar depois dois elevadores que ligarão ao jardim público. O primeiro nasce junto à antiga fábrica João Inácio da Conceição e pára a meio da rampa para o jardim. «Vencem uma cota de 25 metros», adiantou Carlos Pinto, para depois esclarecer que o segundo surge então a meio da via e estabelecerá a ligação final.
«As pessoas terão a possibilidade de fazer o percurso entre o centro da cidade e os Penedos Altos em dez ou quinze minutos», anteviu o autarca. Já o quarto ascensor ligará o Bairro do Rodrigo ao Largo de S. João de Malta. Trata-se de um projecto antigo da autarquia. «Há mais de 80 anos que se pensava em construi-lo», lembrou o edil. Esta estrutura terá 200 metros de comprimento e cinco de largura, com um plano inclinado na ordem dos 19 graus. Segundo o autarca, «será muito idêntico ao de Santo André». Para já, a autarquia não arrisca datas para a conclusão das obras, até porque, notou Carlos Pinto, «são de alguma inovação técnica» e, como tal, poderão surgir imprevistos que as atrasem. Quanto ao financiamento, a edilidade espera consegui-lo por via do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). «Queremos aproximar os diferentes bairros do centro da cidade e vice-versa», acrescentou. De resto, a ideia retoma aquilo que foi o projecto do primeiro Polis na Covilhã, no qual se previam ligações pedonais rápidas graças a meios mecânicos, teleféricos e pontes, entretanto abandonadas por falta de dotação financeira.