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Barricado no Tribunal da Covilhã não ofereceu resistência à Polícia

Indivíduo com cerca de 40 anos foi observado no Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar da Cova da Beira

O homem de cerca de 40 anos que se barricou na manhã de sexta-feira no Tribunal da Covilhã, apontando uma arma à cabeça, «não ofereceu qualquer resistência» no momento da detenção pela equipa da Unidade Especial de Polícia, disse o comandante distrital da PSP de Castelo Branco.

O intendente Poças Correia, que a meio da tarde leu um comunicado e não respondeu às perguntas dos jornalistas, adiantou que o indivíduo seria conduzido, para observação, ao Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar da Cova da Beira «por determinação do Ministério Público», onde ficou internado. Sem ninguém saber como, Jaime Graça Santos avançou pelo tribunal dentro até entrar numa das salas de audiências vazias e sentou-se na cadeira do juiz com uma arma apontada à cabeça. Foi descoberto por volta das 10 horas por um funcionário judicial, tendo em sua posse uma arma de fogo «ilegal» e «modificada, de calibre 6.35 milímetros, devidamente municiada», revelou mais tarde o oficial da PSP. Questionado pelo funcionário sobre o que pretendia com tal atitude, o feirante apenas sorriu.

Dado o alerta, o tribunal foi evacuado às 11h30, enquanto o aparato policial tentava manter à distância a curiosidade de muitos populares. As negociações encetadas por uma equipa do Grupo de Operações Especiais (GOE), que entraram pelas traseiras do edifício, iniciaram-se uma hora mais tarde. Cerca das 13 horas, o homem, residente na Vila do Carvalho, saiu do tribunal a chorar, algemado e escoltado pela polícia. Segundo fontes judiciais, Jaime Graça Santos tem cadastro, tendo sido condenado por homicídio há 25 anos, e tem actualmente a decorrer na Covilhã um processo de regulação do poder paternal. De acordo com as mesmas fontes, no dia anterior, tinha sido notificado da decisão de que a mãe ficaria com a guarda dos seus dois filhos, uma rapariga de 16 anos e um rapaz de 12.

Este incidente voltou a trazer à ordem do dia as questões de segurança no interior dos tribunais. O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, Fernando Jorge, garantiu à agência Lusa que o ocorrido na Covilhã não é caso isolado. «É naturalmente uma situação indesejável, mas que, infelizmente, se vai tornando frequente e, sobretudo, é uma situação que é possível em qualquer tribunal, com a maior facilidade que se possa imaginar, e é isso que para nós é grave». Para discutir esta situação, os cinco juízes do Tribunal da Covilhã deverão reunir esta semana.

Ricardo Cordeiro

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