A Distrital do PSD da Guarda inaugurou, no último sábado, a galeria dos seus presidentes. A partir de agora há, na sede, uma sala com esse nome em cuja parede figuram as fotografias das cinco personalidades que dirigiram o partido desde o 25 de Abril. De entre os homenageados, só Álvaro Amaro, actual presidente, esteve presente na cerimónia.
Vilhena de Carvalho (1975/1977, já falecido), Mota Veiga (1977/1980), Marília Raimundo (1980/1994), o próprio Álvaro Amaro (1994/2000 e desde 2007) e Ana Manso (2000/2007) são as figuras maiores de uma sala dedicada aos que dirigiram o PSD da Guarda até agora. Apesar de ter sido o único dos homenageados a marcar presença, o também autarca de Gouveia está convicto de que «o PSD não tem facções», apesar da liberdade para haver «opiniões e correntes de pensamento diferentes». Diferenças de opinião – nas estruturas nacional e distrital – que não incomodam Álvaro Amaro, que cita o fundador Sá Carneiro: «O PSD será sempre o partido mais unido e a luz ao fundo do túnel», sustentou. Mas o líder social-democrata foi mais longe e lembrou que «o PSD nunca foi aplaudido em uníssono nos momentos em que esteve na oposição». Para bom entendedor meia palavra basta.
Na ocasião pôde também ver-se que a sala dedicada aos presidentes do PSD nacional já está actualizada, isto após a afixação das fotografias de Manuela Ferreira Leite, Luís Filipe Menezes e Marques Mendes. Júlio Sarmento, presidente da Assembleia Distrital, também enalteceu esse facto, considerando «importante que nestas duas salas estejam todas as pessoas que já lideraram o partido». Na capital de distrito, o autarca de Trancoso – putativo candidato à Câmara da Guarda – encontra «um clima de demissão na saúde, na Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial e no urbanismo». Diversos factores que, na sua opinião, têm feito «fugir habitantes, empresas e mão-de-obra». Para Júlio Sarmento, a Guarda tem «perdido oportunidades atrás de oportunidades», dizendo haver mesmo «um espírito de derrota» na cidade. Apesar de se desconhecer ainda o nome do candidato às próximas autárquicas, o edil considera que «o PSD precisa de experimentar a Câmara da Guarda».
No seu discurso, Álvaro Amaro destacou ainda a relevância do corpo partidário e a participação que algumas figuras tiveram e outras ainda têm no mundo social-democrata: «A nossa grande riqueza é termos estes militantes que, quando não estão no poder, trabalham para estar», afirmou. Neste particular, o actual presidente da distrital guardense fez questão de referir, mais uma vez, que o PS deverá assumir «o ónus do estado actual do país», uma vez que esteve na governação durante 10 dos últimos 13 anos: «O PS tem de ser responsável e responsabilizado por aquilo que os portugueses estão a sofrer. É evidente que sabemos que há uma crise internacional, mas os políticos teimam em não dizer como é que a crise pode afectar Portugal», sentenciou.
Igor de Sousa Costa