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Etapa da Torre é a porta de entrada no distrito da Guarda

A caravana da Volta a Portugal em bicicleta sai da Guarda e Gouveia no domingo e terça-feira, respectivamente

À semelhança do ano passado, o ponto mais alto de Portugal continental volta a receber o final de uma etapa da Volta a Portugal em bicicleta, na estrada desde ontem. Mas desta vez a subida à Torre, onde estará instalada a meta, a 1.961 metros de altitude, corre-se no sábado, sendo a terceira etapa da prova e a primeira de dificuldade alta. As estradas da montanha deverão contribuir para fazer uma primeira selecção entre os principais candidatos à vitória final. O pelotão parte da Guarda no domingo e de Gouveia na terça-feira.

Os ciclistas chegam amanhã a Castelo Branco e, ainda com as pernas frescas, enfrentam a subida à Torre no dia seguinte, pela vertente de Seia e Sabugueiro. Tal como nas edições anteriores, a caravana não passa pela Covilhã. A etapa que termina na Serra, por volta das 17h30, tem a extensão de 171,5 quilómetros e começa em Idanha-a-Nova. O director da prova, Joaquim Gomes, recorda que a mítica subida à Torre «nunca surgiu tão cedo na Volta a Portugal», acrescentando que esta é «uma das mais duras edições de sempre», com quase 1.600 quilómetros repartidos por 11 dias. «É sempre um momento marcante em cada Volta», refere o antigo ciclista, explicando que o facto da alta montanha surgir logo nos primeiros dias «é uma novidade que vem de encontro aos padrões do ciclismo moderno, que altera alguns hábitos instalados, como as grandes dificuldades só surgirem após alguns dias de competição». Joaquim Gomes acredita que, com esta etapa, «um lote mais restrito de corredores virá provavelmente para os primeiros lugares, quem sabe se de forma definitiva, para discutir a Volta até ao fim».

No domingo, para recuperar do esforço, o pelotão terá pela frente apenas uma contagem de montanha de terceira categoria, na tirada que liga a Guarda a Viseu, numa extensão de 154,4 quilómetros. Trata-se de uma etapa «sem grandes dificuldades, apesar do percurso algo irregular», revela o director da prova. Os ciclistas terão depois direito a um dia de descanso e, na terça-feira, saem de Gouveia para a quinta etapa. À sua espera têm 186 quilómetros até S. João da Madeira. «É mais uma tirada de transição, sem grande dificuldade, se exceptuarmos um ou outro ponto em que o relevo ganha maior protagonismo», refere. Ainda assim, Joaquim Gomes admite que, nesta fase, uma «parte significativa» do pelotão registará «alguns níveis de cansaço que, porventura, acabarão por retirar as melhores expectativas a uma parte importante dos corredores dados inicialmente como favoritos à vitória». A 70ª edição da Volta a Portugal arrancou em Portimão e termina dia 24 em Felgueiras, com um contra-relógio entre Penafiel e o Monte de Santa Quitéria.

Ricardo Cordeiro

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