À medida que se aproxima mais um aniversário da Guarda, é inevitável refletirmos sobre o nosso passado e projetarmos o futuro. A cidade não pode continuar a ser marcada pela estagnação e pela falta de visão que têm caracterizado a política local. Necessitamos de líderes que entendam que a sua missão vai além de discursos vazios e de eventos propagandísticos.
O centro histórico da Guarda é o reflexo mais visível do falhanço das políticas atuais. Onde antes existia vida e movimento, hoje observamos o abandono e a decadência. Esta realidade exige uma resposta política firme e eficaz: uma requalificação que devolva vitalidade ao centro, transformando-o num motor cultural, turístico e económico. É preciso agir.
A desertificação da nossa cidade não é uma inevitabilidade, mas sim o resultado de políticas ineficazes. Urge implementar incentivos que promovam a fixação dos jovens, a atração de empresas e o desenvolvimento económico local. O Instituto Politécnico da Guarda deve ser um aliado fundamental nesta estratégia, estimulando projetos inovadores e qualificantes. Liderar a cidade é assumir a responsabilidade de impulsionar estas mudanças com coragem e determinação.
A imigração deve ser encarada como uma oportunidade e não como um problema. Os novos guardenses trazem consigo diversidade, vitalidade e novas perspetivas. Um compromisso político sério com a sua integração e valorização é essencial para combater a desertificação. Precisamos de políticas inclusivas e que promovam a coesão social.
No âmbito da saúde, os guardenses não podem ser tratados como cidadãos de segunda. A Unidade Local de Saúde da Guarda necessita de um investimento sério e contínuo. Qualquer governo verdadeiramente comprometido com o bem-estar das pessoas deve garantir cuidados de saúde de qualidade, dignos e acessíveis para todos.
O Porto Seco é outro projeto estratégico que não pode ser interrompido por mudanças no poder central. A Guarda tem o potencial para se afirmar como um ponto de ligação comercial e logística vital entre Espanha e o resto da Europa. Chega de palavras; é hora de transformar a promessa em ação e resultados concretos.
A cultura, como expressão da identidade e da comunidade, deve ser um desígnio político a ser tratado com a devida importância. O Teatro Municipal da Guarda deve voltar a ser um espaço dinâmico, um verdadeiro catalisador social e cultural. A cultura é a alma de uma cidade viva, e deve ser priorizada nas agendas políticas.
A sustentabilidade ambiental é um outro pilar essencial para o futuro da cidade. Políticas orientadas para a transição energética, o uso de energias renováveis e a mobilidade sustentável são fundamentais para garantir um futuro saudável e próspero na Guarda.
Por fim, o investimento em tecnologia e na digitalização dos serviços públicos é crucial. A Guarda tem tudo para se tornar uma cidade inteligente, moderna e inovadora, onde a eficiência e a acessibilidade dos serviços estejam ao alcance de todos.
Neste aniversário da cidade exigimos mais. Exigimos políticos que sirvam com determinação, que transformem promessas em ações concretas e que construam um futuro de coragem, ambição e compromisso. A Guarda merece ser mais, e este é o momento de construir, juntos, o seu futuro.
* Deputado do PS na Assembleia
Municipal da Guarda