Política

Concelhia da Guarda da JSD diz que «pior do que uma disciplina de voto, só mesmo uma disciplina de pensamento» no caso da abolição das portagens

Escrito por Luís Martins

O impacto da abolição das portagens e o voto contra do grupo parlamentar do PSD, nomeadamente da deputada Dulcineia Catarina Moura, continua a alastrar nas estruturas locais do partido na Guarda.

Esta quinta-feira, a concelhia guardense da JSD juntou-se à Distrital da “jota” nas críticas à forma como PSD nacional e distrital tratou o assunto. «Somos e seremos a favor da abolição das portagens nas ex-SCUT, esperando que venha a entrar em vigor no próximo ano, com a aprovação do Orçamento de Estado», começa por dizer Francisco Robalo (na foto), líder da secção local da JSD num comunicado enviado a O INTERIOR, onde manifesta «estupefação» pelas «movimentações frenéticas» das estruturas locais.

«Não somos, tal como a Distrital do PSD da Guarda e as 14 concelhias do distrito, apenas a favor de “reduções progressivas” nem, tal como a deputada eleita pelo círculo eleitoral da Guarda provou ser, contra a abolição das mesmas. Respeitamos, logicamente, mas não podemos concordar com os argumentos apresentados pelo grupo parlamentar, que deveria ter adotado outra posição face a uma medida que apenas pretende tratar de forma desigual o que é profundamente diferente», prossegue o dirigente.

Na sua opinião, «não basta encher a boca de chavões e repetir ad nauseam que “estamos aqui para resolver os problemas das pessoas” quando, à primeira oportunidade, nos esquecemos delas para delinear estratégia política que em nada as beneficia». Para Francisco Robalo, a Distrital e as concelhias estão «mais preocupadas em defender a posição da deputada do que, desde logo, a população que a elegeu; mais preocupadas em esgrimir argumentos inúteis do que em exigir outra sensibilidade ao Governo e ao grupo parlamentar; mais preocupadas, acima de tudo, em pisar e ostracizar o presidente da JSD Distrital, Luís Soares, apenas porque ousa pensar de forma diferente».

«Isto, à luz das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, assume contornos surreais e é algo com que não iremos nem poderemos compactuar», critica o presidente da JSD concelhia, sublinhando que «pior do que uma disciplina de voto, só mesmo uma disciplina de pensamento». Francisco Robalo conclui, dizendo que «estamos na política para defender as pessoas e não o que mais nos convém. Na nossa estrutura, tal como na que o Luís Soares preside, não abdicamos nem abdicaremos da liberdade de divergir a bem da Guarda e a bem do partido».

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Luís Martins

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