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Maternidade da Guarda dá curso às futuras mães

Outra das novidades do serviço é a criação do nicho da amamentação

A partir de Fevereiro, todas as grávidas do distrito da Guarda poderão frequentar, gratuitamente, a preparação psicoprofilática para o parto no Hospital Sousa Martins. Esta será uma mais-valia para a Maternidade, que será a segunda do país a oferecer este serviço. Outra das novidades é o nicho da amamentação.

A ideia partiu da equipa de enfermagem da Maternidade da Guarda, que se depara diariamente com as incertezas e dúvidas das futuras mães. «Antigamente, as famílias eram maiores e as mães aprendiam umas com as outras. Mas hoje os casais só têm um ou dois filhos, por isso, falta-lhes o treino», justifica a enfermeira-chefe da Obstetrícia, Leonor Almeida. O curso de preparação para o nascimento/parentalidade será uma forma de aprendizagem para desenvolver competências necessárias para o trabalho de parto, puerpério e cuidados a prestar ao recém-nascido. «Será uma mais-valia para o serviço e para as grávidas que, assim, vão melhor preparadas para a sala de parto», realça a enfermeira. Actualmente, na Guarda este curso só está disponível no sector privado e não é para todas as “bolsas”. A parte teórica destina-se às futuras mães (a partir das 27 semanas) e pais. Mas a componente prática já não é para todos, poderá estar interdita a grávidas de risco ou com alguma patologia, mas «o rastreio é feito numa entrevista prévia», tranquiliza Leonor Almeida. Através deste novo projecto pretende-se «preparar o casal para o parto, diminuindo os seus medos e ansiedades, tornando-os mais confiantes», acrescenta. Além de desmistificar o parto, proporciona à mulher participar naquele momento de uma forma activa.

«Muitas vezes as grávidas descontrolam-se porque não têm conhecimento da situação», revela. Outro dos objectivos do curso é esclarecer dúvidas e preparar os casais para os cuidados a ter com os recém-nascidos. Mas há mais. A iniciativa pretende proporcionar o encontro entre grávidas e casais, para partilha de experiências idênticas. E ainda incentivar à amamentação através de ensinos. «Porque, muitas vezes, a mulher pode estar a trabalhar, mas pode conservar o seu próprio leite», garante. Segundo Leonor Almeida, todas as dúvidas das parturientes, «que são muitas», relacionam-se sempre com um só medo: o parto. «Mas se a mulher souber controlar-se, a dor atenua», por isso, sugere algumas técnicas de relaxamento e respiração, que serão ensinadas no curso. As aulas serão orientadas por enfermeiras especialistas em saúde materna e obstétrica que trabalham na Maternidade e começam já no início de Fevereiro. Numa fase inicial, haverá dois grupos de sete grávidas, sendo que um curso se realiza às segundas e quartas-feiras, e outro às terças e quintas-feiras, ambos em horário pós-laboral, na sala 1 do CEF (no Hospital). As inscrições já estão abertas e podem ser feitas na secretária de unidade do serviço de Obstetrícia ou por telefone (271200353). «Até já há algumas grávidas inscritas», revela a responsável. No pós-parto também há o apoio da equipa de enfermagem. No primeiro dia são as enfermeiras que dão o banho ao bebé e as mães ficam ao lado a aprender. «E com esta preparação não precisarão dessa ajuda, pois já vão treinadas», acredita.

O nicho da amamentação

O nicho da amamentação é um projecto pioneiro nos hospitais públicos do país. O espaço destina-se a atender todas as mães que amamentam e que têm problemas relacionados com fissuras, mamilos gretados, mastites, dúvidas e insegurança. Segundo Leonor Almeida, actualmente «a mãe sente que o leite não chega para o bebé e começa a introduzir muito cedo o leite artificial». No entanto, a enfermeira-chefe acrescenta que «não há leites fracos nem fortes, a mãe pode é não ter em quantidade suficiente». Este novo serviço destina-se a todas as mães, que ali poderão tirar todas as dúvidas.

Patrícia Correia

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