Assim não vale, é o que nos apetece dizer ao trio de arbitragem que esteve no Campo do Vila Cortês. No passado domingo vimos atitudes, sobretudo dos auxiliares de Luís Brás, que não abonam em nada o futebol e, concretamente, a arbitragem. É que o jogo, apesar de emotivo, não teve “casos” que pudessem levar a tamanho desnortear desta jovem equipa de arbitragem.
A partida iniciou-se bastante mastigada, com ambas as equipas a não praticarem um futebol muito vistoso. Os locais tentavam surpreender o adversário com bolas longas para os seus jogadores mais adiantados, uma situação que não se revelou suficiente para o golo surgir. Já os pupilos de Totá foram tentando levar a bola no pé até ao último reduto adversário, mas nada saiu bem no momento do remate final. Por tudo isto, e tirando uma ou outra jogada, pouco se poderá dizer dos primeiros 45 minutos. Já a segunda parte foi bem diferente, mas, principalmente, pela negativa. Contudo, o futebol praticado foi bem melhor do que na primeira metade, pois as oportunidades surgiram e até os postes das duas balizas substituíram os guarda-redes. Mas, numa altura em que o encontro estava agradável e a emoção ao rubro, aconteceu uma situação que alterou o rumo da partida, sobretudo no que respeita ao trabalho da arbitragem. Jogada rápida do ataque dos locais, cruzamento com peso e medida para a pequena área onde apareceram Titá e o guardião Pedro, que, na ânsia de chegarem à bola, chocaram nas alturas. O lance foi aparatoso, mas pareceu-nos, apesar de tudo, casual.
Ambos os jogadores caíram no pelado e rapidamente se percebeu que o jogador do Vila Cortês não estava bem. Uma situação que deixou os adeptos da casa com os nervos à flor da pele, mas pela qual não se pode culpar o guarda-redes visitante. O jogo esteve parado durante largos minutos até que Titá foi retirado do campo e substituído, ficando a aguardar pela ambulância que o levaria ao Hospital. A partida continuou, mas as atenções estavam mais viradas para fora das quatro linhas, tanta era a preocupação com o estado de saúde de Titá. A chegada da ambulância voltou a interromper a partida, já que, para chegar ao jogador, a viatura teve que passar pelo interior do recinto de jogo. No entanto, esta pausa deu para os auxiliares de Luís Brás protagonizarem um espectáculo pouco digno. Marco Pinto resolveu sentar-se, de perna cruzada, nos pneus que fazem de protecção e, como o público não gostou da situação, o auxiliar resolveu responder com alguns gestos menos próprios. Depois, quando um espectador resolveu abanar a rede que servia de encosto a Marco Pinto, o assistente não esteve com meias medidas e respondeu com um pontapé na rede.
Como se não bastasse, ficou-lhe ainda muito mal festejar um golo do Aguiar da Beira. Também o auxiliar do lado dos bancos, André Silva teve comportamentos menos correctos ao responder verbalmente ao público. Com todas estas peripécias, a partida continuou a decorrer e o Aguiar chegou ao primeiro golo, por Clemente, aos 72 . Um tento que premiou a equipa mais concentrada e que procurava resolver o jogo a seu favor. A perder, o Vila Cortês foi à procura do prejuízo e começou a incomodar o último reduto dos visitantes, que foi dando conta do recado. Como as paragens foram uma constante, o árbitro deu 20 minutos de tempo de compensação. Muito pouco, já que o jogo esteve parado 35 minutos na segunda parte. Era a última oportunidade para os pupilos de Carlos Ascensão tentarem dar a volta ao resultado, mas a velha máxima “quem não marca, sofre” aplicou-se mais uma vez, já que o Aguiar marcou o segundo golo aos 99 . Pensava-se então que a vitória era uma realidade, mas seis minutos depois Nelson relançou a partida ao fazer o 1-2. Com pouco tempo para jogar, o Vila Cortês ainda tentou chegar ao empate, só que o Aguiar controlou a vantagem. O árbitro da partida teve alguns erros, mas os mais flagrantes cometeu-os porque foi muito mal auxiliado.
Rui Geraldes/ Rádio Elmo