Desenhos, cartazes e cartoons de João Abel Manta são o mote para a exposição “Uma coisa nunca vista: João Abel Manta artista revolucionário”, que será inaugurada esta quinta-feira no Museu Municipal de Arte Moderna Abel Manta, em Gouveia.
A mostra celebra os 50 anos do 25 de Abril com a arte associada às campanhas informativas e ilustrações criadas pelo artista (1928) entre 1974-75. Com quatro áreas temáticas (Resistência, Revolução, Memória e Portugal), a exposição é a primeira a exibir o trabalho gráfico de João Abel Manta entre o final de abril de 1974 e o final de novembro de 1975, revelando também trabalhos posteriores e anteriores a 1974 «que expressavam (e anunciavam) o espírito indiscutivelmente contestatário (e revolucionário)» do artista, filho único de Abel Manta, o consagrado pintor natural de Gouveia. Estão patentes mais de duas centenas de peças oriundas do acervo do Museu Abel Manta, das reservas do Museu de Lisboa e da casa do artista, onde uma das suas netas, Mariana Manta Aires, recuperou desenhos considerados perdidos e organizou o seu arquivo negligenciado.
Há, por isso, algumas surpresas, como uma seleção de desenhos feitos na prisão de Caxias, em 1948, e nunca antes expostos, bem como documentos sobre o seu trabalho no PREC – Período Revolucionário em Curso. A mostra é complementada com jornais e revistas nacionais e estrangeiros para os quais colaborou João Abel Manta e com a exibição de curtas e médias metragens relevantes para o contexto da sua obra. “Uma coisa nunca vista: João Abel Manta artista revolucionário” é comissariada por Pedro Piedade Marques e estará patente no Museu Abel Manta até 1 de setembro.