A factura da água, na Guarda, deverá ficar mais cara já a partir de Janeiro. Na última reunião do executivo, realizada na semana passada, a maioria propôs, para os consumidores domésticos, um aumento de 56 cêntimos por metro cúbico, um agravamento de 10 por cento no aluguer mensal do contador, que actualmente tem um valor fixo de 2,22 euros, e de cerca do dobro na taxa de saneamento, que presentemente anda perto dos 20 cêntimos por metro cúbico consumido.
Deste modo, os utilizadores que costumam consumir cerca de dez metros cúbicos de água pagavam até agora perto de 15 euros. Com as entradas das novas tarifas, passarão a ter que desembolsar 22 euros pela mesma quantidade. A nova tabela foi aprovada pela maioria socialista do executivo, com os votos contra dos vereadores do PSD. Contudo, para entrar em vigor, ainda terá que ser votada na Assembleia Municipal. Apesar destas subidas, Vítor Santos, presidente dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS) da Guarda, assegura que a factura mensal da água dos consumidores guardenses «continuará a ser mais baixa que as da Covilhã e Castelo Branco». Esta é uma medida necessária para «equilibrar as contas» dos SMAS, pretendendo ter o menor reflexo possível na carteira do consumidor, frisa. De resto, o vereador sublinhou que este aumento é como que inevitável face ao anúncio já feito pela Águas do Zêzere e Côa (AZC) de que a autarquia terá que pagar em 2007 «entre 80 a 90 mil euros a mais» pelos serviços prestados. Assim, é necessário responder «com rentabilidade dos serviços municipalizados», sublinhou Vítor Santos. Por outro lado, as instituições de solidariedade social não sentirão um aumento «significativo», mas as empresas vão pagar mais. Porém, as unidades industriais que implementem medidas de protecção ambiental «poderão ter um desconto de factura de cinco por cento», realçou.
Descontentes com este aumento, ficaram os vereadores do PSD que votaram contra a proposta do executivo socialista: «A população da Guarda já está demasiado penalizada pelos sacrifícios exigidos a nível nacional. Este aumento é um exagero porque não é pelo facto da AZC aumentar o preço que tudo tem que ser descarregado em cima dos consumidores», frisou. Do mesmo modo, «apesar da situação financeira da Câmara ser muito difícil, é preferível economizar noutros custos», considerou.